Juros: Diretores do BC Sinalizam Selic Alta, Mercado Reage com Divergência

Taxas de juros curtas sobem e longas caem após diretores do BC sinalizarem Selic estável. Entenda o impacto no mercado financeiro brasileiro.
Taxas de juros — foto ilustrativa Taxas de juros — foto ilustrativa
Moedas de reais 15/10/2010 REUTERS/Bruno Domingos

As taxas de juros de curto prazo apresentaram alta nesta quarta-feira, em reação a comentários de diretores do Banco Central (BC). Os diretores reiteraram a perspectiva de que a Taxa Selic permanecerá estável por um “período bastante prolongado”. Em contraste, as taxas de longo prazo registraram quedas firmes, coincidindo com a desvalorização do dólar frente ao real em um dia de maior apetite global por ativos de risco.

Contexto Internacional e de Renda Fixa

No cenário Internacional, os rendimentos dos Treasuries (títulos do Tesouro americano) encerraram a tarde em alta. Investidores globais demonstraram maior disposição para ativos de risco, como ações.

No fechamento do mercado, a taxa do DI para janeiro de 2027, um indicador de juros de médio prazo, situou-se em 14,03%, representando um aumento de 4 pontos-base em relação ao ajuste anterior de 13,993%. Já os vencimentos mais longos, como o contrato para janeiro de 2035, viram suas taxas caírem para 13,69%, uma redução de 10 pontos-base em comparação com os 13,786% anteriores.

Gráfico de fechamento da bolsa europeia, indicando o sentimento do mercado global.
Mercados internacionais acompanham de perto as decisões de política monetária.

Análise dos Comentários do Banco Central

Inicialmente, as taxas de juros futuras no Brasil iniciaram o dia com leves altas em toda a curva, aguardando por indicadores que pudessem definir um movimento mais consistente. No entanto, a manhã trouxe uma reversão, especialmente nos vencimentos longos, acompanhando a queda do dólar e um cenário mais favorável a ativos de risco, como moedas e títulos de mercados emergentes.

No início da tarde, declarações do diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton David, consolidaram a tendência de queda para as taxas longas, enquanto as curtas aceleraram a alta. David enfatizou que os dados atuais ainda não são suficientes para determinar o fim do “período bastante prolongado” de manutenção da Selic em 15% ao ano.

Participando de um evento do Goldman Sachs em Washington, David acrescentou que o BC está preparado para ajustar a Selic “para cima ou para baixo”, caso necessário. Pouco depois dessas declarações, a taxa do DI para janeiro de 2027 atingiu 14,030% (+4 bps), e a taxa para janeiro de 2035 recuou para 13,655% (-13 bps).

Expectativas de Mercado e Política Monetária

Segundo a analista Laís Costa, da Empiricus Research, o mercado busca sinais de mudança na postura do BC, o que não tem ocorrido, conforme demonstrado pela fala de David. Essa reação levou a um fortalecimento das taxas na ponta curta da curva e a uma maior queda na ponta longa. “Mais juros hoje, consequentemente menos juros no futuro”, resumiu Costa.

A firmeza do discurso do BC foi reforçada pelo diretor de Assuntos Internacionais, Paulo Picchetti, em um evento do JP Morgan. Ele afirmou que a política monetária está sendo efetiva e que o BC está comprometido em perseguir a meta de inflação de 3% e ajustar os juros conforme a necessidade.

Próximo ao fechamento do mercado, a curva brasileira precificava em 97% a probabilidade de manutenção da Taxa Selic em 15% ao ano na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

No exterior, os rendimentos dos Treasuries apresentavam altas leves no final da tarde. O rendimento do Treasury de dez anos subia 2 pontos-base, atingindo 4,04%.

Fonte: InfoMoney

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