O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) iniciou uma série de encontros estratégicos visando a sucessão de Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF). A reunião com ministros da corte, realizada na terça-feira (14), abordou o cenário de substituição, em meio a um momento delicado de relacionamento com o Congresso Nacional.

Contexto da Indicação para o STF
Na conversa que ocorreu no Palácio da Alvorada, estiveram presentes o presidente Lula, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e os ministros do STF Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin. O objetivo principal era discutir o perfil ideal para o substituto de Barroso, que deixará o tribunal no sábado (18).

Aliados e Interesses Cruzados no Supremo
O ministro Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, ambos presentes na reunião, são conhecidos por defender a indicação do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Contudo, eles também mantêm um relacionamento próximo com o advogado-geral da União, Jorge Messias, que surge como outro nome forte para a vaga. Essa dualidade representa um desafio na definição do nome ideal, segundo interlocutores dos ministros do Supremo. O tribunal, de acordo com relatos, teria uma gratidão por Pacheco, que foi um defensor importante da corte durante o Governo de Jair Bolsonaro. Por outro lado, Messias é visto com bons olhos por todos no STF.
Estratégia Política e Prazos Apertados
Embora o encontro tenha sido classificado oficialmente como um evento social para debater o cenário nacional e Internacional, a sucessão de Barroso foi, de fato, um dos temas discutidos. Ninguém detalhou o teor das conversas sobre o substituto, apenas que houve um debate genérico sobre o perfil desejado. Tanto Jorge Messias quanto Rodrigo Pacheco têm evitado se pronunciar sobre a possibilidade de indicação, afirmando que a decisão cabe ao presidente Lula e que não cabe a eles pressionar o governo.
A antecipação da saída de Barroso frustrou os planos de Lula, que vislumbrava a possibilidade de incentivar Rodrigo Pacheco a concorrer ao governo de Minas Gerais. Uma eventual derrota de Pacheco nas urnas mineiras poderia abrir caminho para sua indicação ao STF, liberando outra vaga para Jorge Messias posteriormente. Agora, com a conversa com os ministros do STF concluída, Lula deve se reunir com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que apoia abertamente a candidatura de Pacheco.
Fonte: G1