O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sinalizou nesta quarta-feira que o núcleo da inflação no Brasil permanece em um patamar elevado, indicando a persistência de pressões inflacionárias. Em comunicado escrito para a reunião anual do Fundo Monetário Internacional (FMI), Haddad ressaltou que o Banco Central (BC) está tomando as ações adequadas para controlar o cenário.

Núcleo da Inflação e Ação do Banco Central
Após apresentar uma perspectiva positiva para o Brasil no médio prazo, o ministro reconheceu que “o núcleo de inflação continua relativamente elevado”. Ele citou explicitamente as pressões persistentes e as expectativas de inflação que se mantêm acima da meta de 3%. “Assim, a política monetária permanece em território contracionista, reforçando o compromisso firme do Banco Central do Brasil em cumprir a meta e reancorar as expectativas”, adicionou.

Contexto da Declaração e Política Monetária
As declarações de Haddad ocorrem em um momento delicado para o Governo, após uma derrota no Congresso com a derrubada de uma medida provisória crucial para o ajuste fiscal. Embora Haddad tenha criticado a taxa de juros Selic como “excessivamente restritiva” na semana anterior, ele ressaltou que essa foi uma opinião pessoal e não um questionamento à autonomia da autarquia. O Banco Central manteve a taxa básica de juros em 15% em setembro, nível mais alto em quase duas décadas, sinalizando que ela pode permanecer assim por um período prolongado para trazer a inflação de volta à meta.
Atividade Econômica e Perspectivas Fiscais
Haddad também destacou que a atividade econômica no Brasil está próxima do seu potencial, superando as expectativas recentes. A inflação, por sua vez, caminha para uma convergência gradual em direção à meta oficial. O ministro reafirmou o compromisso do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em utilizar a política fiscal como ferramenta para promover Justiça social e bem-estar, sempre considerando o ciclo econômico vigente.
Comércio Global e Estabilidade
Em um contexto de tensões comerciais globais, Haddad aproveitou para defender a remoção de restrições comerciais unilaterais e a restauração de estruturas de comércio previsíveis e baseadas em regras. O objetivo é proteger o crescimento econômico global, garantindo maior estabilidade para os mercados internacionais.
Fonte: InfoMoney