China enfrenta deflação persistente com demanda fraca e excesso de capacidade

China registra deflação em setembro com demanda fraca e excesso de capacidade. Quedas nos preços ao consumidor e produtor reforçam desafios econômicos.
Pressões deflacionárias China — foto ilustrativa Pressões deflacionárias China — foto ilustrativa
FILE PHOTO: A worker works at a souvenir store in Fuyoumen Commercial Building in Shanghai, China April 16, 2025. REUTERS/Go Nakamura/File Photo

As pressões deflacionárias continuam a ser um desafio significativo na China, com os preços ao consumidor e ao produtor registrando quedas em setembro. Este cenário reforça a necessidade de novas medidas econômicas, diante da retração prolongada do setor imobiliário e das tensões comerciais que afetam a Confiança.

Impacto da Demanda Fraca na Economia Chinesa

Apesar de uma recuperação nas exportações chinesas em setembro, as novas medidas comerciais e as ameaças entre Pequim e Washington reacenderam preocupações com o emprego e com o agravamento da deflação. Até o momento, as autoridades têm relutado em implementar grandes pacotes de estímulo, receosas de criar uma bolha no mercado de ações, semelhante à crise de 2015.

Os preços ao produtor registraram uma queda de 2,3% em setembro em comparação com o ano anterior, uma melhora em relação à queda de 2,9% em agosto. Este foi o menor declínio em sete meses, impulsionado por esforços governamentais para controlar a concorrência de preços, e alinhado com as expectativas do Mercado.

Gráfico de preços ao consumidor e produtor na China em setembro.
Queda nos índices de preços ao consumidor e produtor na China em setembro.

Queda nos Preços ao Consumidor e Preocupações com o Futuro

O índice de preços ao consumidor (IPC) teve uma queda de 0,3% no mês passado em relação ao ano anterior, uma leve melhora em comparação com o recuo de 0,4% em agosto. Analistas consultados pela Reuters previam uma taxa de -0,2%.

“Continuamos a esperar que tanto os preços ao consumidor quanto ao produtor permaneçam em deflação neste ano e no próximo”, afirmou Zichun Huang, economista da China na Capital Economics. Ela acrescentou que, embora as autoridades estejam mais atentas à deflação, as soluções focadas no lado da oferta podem não ser suficientes sem um apoio substancial do lado da demanda.

Os preços dos alimentos caíram 4,4% em relação ao ano anterior, com a carne suína liderando a queda de 17%, mesmo com apelos recentes do Governo para que os principais produtores reduzam a produção. Em agosto, a queda nos preços dos alimentos foi de 4,3%.

Imagem ilustrativa da guerra comercial entre China e Estados Unidos.
Tensões comerciais entre China e EUA impactam a economia global.

Inflação Núcleo e Perspectivas Econômicas

O núcleo da inflação, que exclui os preços voláteis de alimentos e combustíveis, atingiu 1% em setembro em comparação com o ano anterior, acelerando em relação aos 0,9% de agosto e marcando o maior nível em 19 meses. Na base mensal, o IPC aumentou 0,1%, estável em relação a agosto e abaixo da previsão de 0,2%.

O governo chinês busca reequilibrar a economia, focando em setores de maior valor agregado e em tecnologia, ao mesmo tempo que tenta mitigar os efeitos da crise imobiliária e das disputas comerciais com os Estados Unidos. A persistência da deflação sugere que o consumo interno ainda carece de força, apesar dos esforços para estimular a demanda.

A China enfrenta um dilema complexo: a necessidade de estimular a economia sem gerar desequilíbrios fiscais ou inflacionários descontrolados. Medidas futuras podem incluir cortes nas taxas de juros, maior flexibilização quantitativa ou políticas direcionadas para setores específicos, como o imobiliário e o de infraestrutura.

Fonte: InfoMoney

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