A compreensão do crescimento econômico impulsionado por inovações técnicas e institucionais rendeu o Prêmio Nobel de Economia de 2025 a Joel Mokyr, Philippe Aghion e Peter Howitt. Suas pesquisas destacam a necessidade de uma política econômica inteligente para que as nações prosperem.
Joel Mokyr defende que o crescimento sustentado é fruto da combinação entre conhecimento e uma sociedade receptiva a mudanças. Já Philippe Aghion e Peter Howitt trouxeram a teoria do crescimento baseada nos conceitos de “destruição criativa” e “criação destrutiva”, que lhes renderam o prestigiado prêmio.
Entendendo a Destruição Criativa
O termo “destruição criativa”, popularizado por Joseph Schumpeter, descreve como inovações impulsionam o progresso. Inovações técnicas e institucionais aumentam a eficiência da economia, e os ganhos superam as perdas geradas pela obsolescência de modelos anteriores. A agricultura brasileira, com exemplos como a Embrapa, ilustra como novos métodos de produção impulsionam o setor, substituindo práticas antigas e aumentando a produtividade.
Outros exemplos de destruição criativa no Brasil incluem a chegada de plataformas como o Uber, que redefiniu o setor de transporte, e a Netflix, que transformou o consumo de mídia, desafiando locadoras tradicionais e a TV aberta.
Criação Destrutiva: O Lado Sombrio da Inovação
A “criação destrutiva” ocorre quando a inovação desestabiliza a economia, pode aumentar a concentração de riqueza e reduzir a capacidade produtiva sem que os ganhos compensem as perdas. Um exemplo claro surge no setor financeiro brasileiro. Apesar de inovações como o Pix e o avanço das fintechs, o número de empresas e cidadãos com o “nome sujo” na Serasa continua a crescer, indicando que as inovações financeiras ainda não se traduziram em prosperidade generalizada.
O Papel da Política Econômica no Crescimento
Os laureados com o Nobel de Economia ressaltam que a destruição criativa precisa ser administrada de forma construtiva. O crescimento econômico não é um evento espontâneo, mas sim o resultado de uma boa política econômica. Mais do que acumulação de capital, crescer significa ganhar competitividade e otimizar a produção.
Em um cenário global de rápidas transformações geopolíticas e tecnológicas, como a ascensão dos Brics, o avanço da inteligência artificial, a transição energética e a contínua digitalização, torna-se urgente a implementação de políticas que capitalizem essas transformações. Isso inclui investimentos em educação e pesquisa, desburocratização e reformas estruturais para impulsionar o desenvolvimento do Brasil.
Crescer mais não é uma questão de sorte, mas uma opção estratégica. O Brasil tem potencial para alcançar um desenvolvimento econômico superior, desde que adote uma política inteligente e focada em resultados.
Fonte: Estadão