O petróleo registrou queda superior a 1% nesta terça-feira (14), em meio à renovada tensão comercial entre China e Estados Unidos. Apesar do discurso considerado mais flexível do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, a cautela no mercado de commodities prevaleceu.
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Os contratos futuros de petróleo Brent com entrega para dezembro fecharam em queda de 1,47%, negociados a US$ 62,39 por barril na Intercontinental Exchange (ICE). Já o WTI, com vencimento em novembro, cedeu 1,33% na New York Mercantile Exchange (Nymex), encerrando o dia a US$ 58,70 por barril.
Tensões Comerciais China-EUA
A desconfiança no mercado foi alimentada pelas declarações do secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, em Entrevista ao Financial Times. Bessent acusou a China de tentar prejudicar a economia global com a imposição de controles rígidos sobre a exportação de terras raras, citando a atitude como um reflexo da fragilidade econômica chinesa.
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Excesso de Oferta Ameaça Mercado de Petróleo
Adicionalmente, o mercado de petróleo enfrenta um cenário de superávit de oferta maior que o inicialmente previsto. A Agência Internacional de Energia (AIE) divulgou em seu relatório mensal que os estoques globais estão em vias de aumentar significativamente. A agência projeta um crescimento na oferta de 3 milhões de barris por dia em 2025 e 2,4 milhões de barris por dia em 2026, revisando para cima as estimativas anteriores. Por outro lado, a demanda global por petróleo deve apresentar um crescimento mais moderado, com projeções de 710 mil barris por dia em 2025 e 699 mil barris por dia no ano seguinte.
Impacto nas Bolsas e Economia Global
A instabilidade no preço do petróleo tem repercussões diretas em diversos setores da economia global. A alta do dólar, frequentemente associada a períodos de incerteza geopolítica e comercial, também pode afetar a dinâmica de mercados emergentes e o custo de importação de energia para países dependentes. Análises de mercado indicam que um barril de petróleo abaixo de US$ 60 pode impactar negativamente os países produtores, enquanto para os consumidores pode representar um alívio inflacionário.
A relação entre as políticas comerciais e o preço das commodities é um ponto crucial para investidores e formuladores de políticas. A economia global monitora atentamente os desdobramentos entre as duas maiores economias do mundo, China e EUA, pois qualquer escalada na disputa comercial pode trazer volatilidade adicional aos mercados de energia e outros ativos.
Fonte: Valor Econômico