Haddad defende BC mais rigoroso e alerta contra meta de inflação leniente

Fernando Haddad, Ministro da Fazenda, defende um Banco Central (BC) menos ‘leniente’ e destaca liberdade dada pela meta contínua de inflação para a Selic.
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em evento no Senado Federal, discutindo a política monetária e o Banco Central. Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em evento no Senado Federal, discutindo a política monetária e o Banco Central.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu nesta terça-feira (14) um papel mais firme para o Banco Central (BC), afirmando que não deseja uma autoridade monetária “leniente”. Segundo Haddad, a adoção da meta contínua de inflação, implementada em meados de 2024, concedeu ao BC “uma liberdade maior para adequar sua trajetória”.

O ministro explicou que o regime de metas, que estabelece 3% ao ano, permite que a autoridade monetária calibre a taxa Selic de forma mais flexível, sem a rigidez do ano-Calendário. “Continuamos com o regime de meta, mas não estamos prisioneiros do ano-calendário, para que a autoridade monetária consiga fazer a calibragem”, declarou Haddad em resposta a questionamentos sobre possíveis alterações na meta de inflação.

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em evento no Senado Federal.
Fernando Haddad defende atuação mais firme do Banco Central.

Impacto da Meta Contínua na Política Monetária

Haddad ressaltou que o novo modelo de meta contribui significativamente para a eficácia da política monetária conduzida pelo Banco Central. Ele vê a flexibilização como um avanço para a tomada de decisões sobre os juros, permitindo uma resposta mais ágil às dinâmicas econômicas.

Análise de Especialistas sobre a Posição do Ministro

Economistas e analistas políticos têm interpretado a fala do ministro Fernando Haddad como um sinal de que o Governo busca uma coordenação mais estreita entre as políticas fiscal e monetária. A pressão por um BC menos “leniente”, segundo observadores, pode indicar um desejo por juros mais baixos, embora o ministro tenha enfatizado a continuidade do regime de metas e a necessidade de calibragem adequada da Selic.

A definição da meta contínua, que desvincula o cumprimento do objetivo de inflação do ano civil, visa dar mais espaço para o Banco Central atuar em cenários de volatilidade. A expectativa é que essa mudança facilite o controle inflacionário em um horizonte mais amplo e permita uma comunicação mais clara sobre os planos de política monetária.

É importante notar que a definição da meta de inflação é responsabilidade do Conselho Monetário Nacional (CMN), composto pelo Ministério da Fazenda, Ministério do Planejamento e Orçamento, e pelo Banco Central. A declaração de Haddad sugere um alinhamento de visão sobre a importância de manter a credibilidade na ancoragem das expectativas de inflação, mesmo com a flexibilização do regime.

A atuação do Banco Central sob o regime de metas tem sido fundamental para a estabilidade econômica do país. A meta de 3% ao ano, estabelecida para o futuro, reflete um compromisso com o controle da inflação, essencial para a Confiança dos investidores e para o poder de compra da população.

Fonte: Valor Econômico

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