Subtenente do Exército nega ligação com Bolsonaro em defesa contra acusações de golpe

Subtenente do Exército nega conhecimento de Bolsonaro e defende cumprimento de ordens legais em processo sobre trama golpista no STF.
subtenente golpe Bolsonaro — foto ilustrativa subtenente golpe Bolsonaro — foto ilustrativa

A Defesa do subtenente do Exército Giancarlo Rodrigues apresentou argumentos nesta terça-feira (14) negando qualquer conhecimento prévio do ex-presidente Jair Bolsonaro e afirmando que o militar atuou estritamente sob ordens legais. Rodrigues é um dos acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de participar de uma tentativa de golpe de Estado durante o Governo anterior.

Defesa contesta atuação em trama golpista

Giancarlo faz parte do núcleo 4 da investigação, cujo julgamento iniciou nesta terça-feira na 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com a acusação, o militar teria colaborado com o chamado grupo da “Abin paralela”, supostamente coordenado pelo então diretor-geral Alexandre Ramagem, utilizando a estrutura da Agência Brasileira de Inteligência para coletar informações com o intuito de desestabilizar as instituições democráticas.

Subtenente Giancarlo Rodrigues em audiência no STF.
Subtenente Giancarlo Rodrigues em audiência no STF.

A Defesa, representada pela advogada Juliana Rodrigues Malafaia, enfatizou que não há provas de que Giancarlo conhecesse Ramagem, o delator Mauro Cid, ou mesmo Jair Bolsonaro. “Ramagem, o delator Mauro Cid e as duas testemunhas de acusação desse núcleo não conhecem Giancarlo, os outros corréus dos outros núcleos não conhecem Giancarlo. E além disso, Giancarlo não conhecia Jair Bolsonaro e não conhecia ou tinha qualquer relação com Ramagem”, declarou a advogada.

A PGR sustenta que Rodrigues e outro réu, Marcelo Araújo Bormevet, agiram em conjunto com o núcleo central da organização criminosa. A acusação aponta que eles se concentraram na produção e disseminação de notícias falsas direcionadas contra alvos públicos do ex-presidente, visando o enfraquecimento de órgãos democráticos.

“Giancarlo comprovadamente não se associou com quem quer que seja nesse núcleo”, reiterou a Defesa, contestando a alegação de estrutura ordenada ou divisão de tarefas. A advogada também negou que o subtenente tenha cometido os crimes de que é acusado, especialmente no que se refere ao uso de armas.

Crimes atribuídos pela Procuradoria-Geral da República

Os crimes pelos quais os réus foram denunciados incluem:

  • Organização criminosa: envolve liderar um grupo estruturalmente ordenado, com divisão de tarefas, para cometer crimes.
  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito: atentar contra o Estado Democrático de Direito por meio de violência ou grave ameaça.
  • Golpe de Estado: tentar depor o governo constituído através de violência ou grave ameaça.
  • Dano qualificado pela violência e grave ameaça: destruir ou deteriorar patrimônio da União.
  • Deterioração de patrimônio tombado: destruir ou deteriorar bens protegidos por lei.
Imagem ilustrativa de tribunal ou audiência.
Representação visual relacionada a processos judiciais.

Fonte: G1

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