Powell indica fim da redução do balanço do Fed; mercado reage

Jerome Powell indica que o Fed pode encerrar a redução do balanço patrimonial em breve. Entenda os motivos e o impacto no mercado financeiro.
Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, em discurso sobre a política monetária dos EUA e a possível interrupção da redução do balanço do Fed. Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, em discurso sobre a política monetária dos EUA e a possível interrupção da redução do balanço do Fed.

O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, sinalizou que o banco central dos Estados Unidos pode estar próximo de encerrar o processo de redução do tamanho de seu balanço patrimonial. A carteira, que alcançou o pico de quase US$ 9 trilhões em meados de 2022, está em processo de diminuição desde então através do chamado “quantitative tightening” (QT), permitindo que títulos vençam sem a necessidade de reinvestimento.

Fim da Redução do Balanço Patrimonial do Fed

“Nosso plano, há muito tempo declarado, é interromper o escoamento do balanço patrimonial quando as reservas estiverem um pouco acima do nível que julgamos consistente com condições de reservas amplas. Podemos nos aproximar desse ponto nos próximos meses e estamos monitorando de perto uma ampla gama de indicadores para embasar essa decisão”, declarou Powell durante um evento.

Powell observou que alguns sinais já indicam um aperto gradual nas condições de liquidez. Entre eles, ele citou uma consolidação geral nas taxas de recompra (repo) e pressões mais notáveis, embora temporárias, em datas específicas. Essas observações reforçam a ideia de que o Fed está se aproximando de um ponto de inflexão na gestão de seu balanço.

Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, em discurso sobre a política monetária dos EUA.
Jerome Powell, presidente do Federal Reserve.

Cautela para Evitar Tensões no Mercado

O dirigente do Fed enfatizou que os planos da instituição preveem uma abordagem “deliberadamente cautelosa” para prevenir tensões no Mercado monetário, como as observadas em setembro de 2019. Naquela ocasião, a redução da carteira de ativos do Fed provocou pressões de financiamento incomuns nos mercados de empréstimos “overnight”, forçando o banco central a retomar a compra de títulos.

Powell esclareceu que normalizar o tamanho do balanço “não significa retornar ao balanço que tínhamos antes da pandemia.” Ele explicou que, “no longo prazo, o tamanho do balanço é determinado pela demanda do público por nossos passivos, e não por nossas compras de ativos relacionadas à pandemia”. A demanda por reservas, segundo ele, também aumentou, impulsionada em parte pelo crescimento do sistema bancário e da economia em geral.

Agilidade e Experiência com o Balanço

Analisando retrospectivamente, Powell admitiu que o Fed “poderia ter — e talvez devêssemos ter — interrompido as compras de ativos mais cedo”. Contudo, ele destacou que a instituição sabia que poderia reverter as compras “com relativa rapidez assim que as encerrássemos, e foi exatamente o que fizemos.”

A experiência acumulada desde 2020 sugere que o Fed pode ser “mais ágil no uso do balanço patrimonial” e ter mais Confiança de que suas comunicações promovem expectativas adequadas entre os participantes do mercado. Isso se deve à crescente experiência com essas ferramentas de política monetária.

Por fim, Powell reiterou a eficácia do regime de reservas amplas, que tem proporcionado um bom controle da taxa de juros em diversas condições econômicas desafiadoras. O regime também tem contribuído para a estabilidade financeira e o suporte a um sistema de pagamentos resiliente.

Fonte: Valor Econômico

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