Tesouro IPCA+ Atinge Juro Real Máximo do Ano Acima de 8%

Tesouro IPCA+ 2029 atinge juro real de 8,09%, o maior do ano, em meio à aversão ao risco global e tensões comerciais EUA-China. Entenda o impacto.
Tesouro IPCA+ juro real — foto ilustrativa Tesouro IPCA+ juro real — foto ilustrativa

As taxas do Tesouro Direto apresentaram uma nova alta nesta terça-feira (14), refletindo a deterioração do sentimento nos mercados internacionais e a consequente fuga de investidores para ativos considerados de maior segurança. A busca por ativos seguros, como o dólar e o ouro, aumentou em virtude da crescente aversão ao risco global.

Tesouro IPCA+ 2029 Alcança Pico Histórico de Juro Real

O título Tesouro IPCA+ 2029 se destacou, atingindo o maior juro real do ano em 8,09%. Este patamar supera o pico anterior de 8,08%, registrado na última sexta-feira (10), período em que as ameaças tarifárias do então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, causaram forte turbulência nos mercados financeiros globais. A escalada das taxas ocorre em meio ao aumento da aversão ao risco global, intensificada após a China anunciar novas sanções contra empresas americanas, reacendendo os temores de uma escalada comercial com os Estados Unidos.

Os papéis de longo prazo também apresentaram elevação em seus rendimentos. O Tesouro IPCA+ 2040 oferecia uma taxa de juro real de 7,42%, enquanto o Tesouro IPCA+ 2050 atingiu 7,12%. No segmento de títulos prefixados, os rendimentos oscilavam entre 13,43% (vencimento em 2028) e 14,02% (vencimento em 2035), indicando uma demanda por retornos mais elevados diante da incerteza.

Impacto no Mercado Brasileiro e Cenário Político

A piora no ambiente Internacional teve repercussões diretas no mercado brasileiro, pressionando os juros futuros e o câmbio. Às 9h31, o dólar à vista registrava alta de 0,77%, alcançando R$ 5,50. Simultaneamente, as taxas dos DIs (Depósitos Interbancários) avançavam em acompanhamento à valorização dos juros reais. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, recuava 0,29%, situando-se em 141.371 pontos, reflexo do tom negativo prevalecente no exterior e da queda nos preços do petróleo.

Adicionalmente, o mercado local reagia à expectativa pela audiência do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no Senado, agendada para a manhã do mesmo dia. Investidores aguardavam sinalizações sobre o Orçamento de 2026 e as medidas de compensação fiscal, especialmente após o arquivamento da Medida Provisória 1.303, que visava aumentar as receitas governamentais por meio da tributação de aplicações financeiras. A busca por equilíbrio fiscal é um tema recorrente no debate econômico do país.

Análise e Perspectivas para os Títulos Públicos

A atual conjuntura de aversão ao risco global impulsiona a demanda por títulos públicos considerados Porto seguro. O Tesouro Direto, especialmente os indexados à inflação com taxas de juro real elevadas, torna-se uma opção atrativa para investidores que buscam proteger seu capital contra a desvalorização e, ao mesmo tempo, obter ganhos reais significativos. Analistas de mercado observam com atenção a evolução dessas taxas, que podem influenciar decisões de investimento em diversas classes de ativos.

As taxas do Tesouro Direto nesta terça-feira (14), às 9h31, demonstravam a seguinte configuração, segundo dados do Tesouro Direto:

Fonte: InfoMoney

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