O dólar abriu em forte alta nesta terça-feira (14) diante da crescente preocupação dos investidores com as tensões comerciais entre Estados Unidos e China. As tarifas portuárias entre os dois países começaram a ser cobradas, enquanto os EUA também implementaram taxas sobre a importação de madeira e móveis chineses. Às 9h08, a moeda norte-americana subia 0,77%, cotada a R$ 5,5022.



Tensões Comerciais Globais
As relações entre EUA e China voltaram a se acirrar. Pequim anunciou controles de exportação para terras raras, essenciais em diversas indústrias, o que levou o presidente Donald Trump a retaliar com tarifas adicionais de 100% sobre produtos chineses a partir de 1º de novembro. Essa movimentação reacende o fantasma de uma guerra comercial em larga escala, lembrando as tarifas impostas no início do ano, que foram gradualmente reduzidas para 30% (China) e 10% (EUA).
Incertezas nos EUA
Paralelamente, a paralisação do Governo federal dos Estados Unidos (shutdown) continua sem solução à vista. Esse cenário impede a divulgação de dados econômicos cruciais, como o relatório de emprego (payroll) e o índice de inflação (CPI). A Falta dessas informações deixa o Federal Reserve (Fed) no escuro para a tomada de decisões sobre a continuidade do ciclo de cortes de juros, com a próxima reunião de política monetária marcada para o final do mês.

Cenário Fiscal Brasileiro
No Brasil, o cenário fiscal também gera atenção. O governo Luiz Inácio Lula da Silva lançou um novo modelo de crédito imobiliário, que, apesar de poder impulsionar a popularidade presidencial e estimular a economia, pode forçar a manutenção da taxa Selic em patamares elevados por mais tempo. Analistas expressam preocupação com a sustentabilidade da dívida pública brasileira, especialmente em um ano eleitoral como 2026.
A derrubada da Medida Provisória (MP) dos Impostos pelo Congresso Nacional, na semana passada, também complicou a tarefa do governo em cumprir as metas fiscais estabelecidas pelo arcabouço, retirando uma importante fonte de arrecadação futura. A ala econômica do governo estuda alternativas para compensar essa perda.
Fonte: Folha de S.Paulo