Um apagão generalizado atingiu o Distrito Federal e ao menos 20 estados brasileiros na madrugada desta terça-feira (14/10), interrompendo o fornecimento de energia em todas as regiões do país. O Ministério de Minas e Energia (MME) confirmou o incidente, mas assegurou que a energia já foi restabelecida.
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Segundo o ministro Alexandre Silveira, a falha não se deu por Falta de energia, mas sim por um “problema elétrico” pontual. Conforme detalhado pelo ministério, “houve uma perturbação de grande porte no sistema interligado nacional a 0h32 desta terça-feira”, resultando em uma desconexão nos fluxos de energia e forçando um desligamento controlado de 10 megawatts (MW) de carga por medida de prevenção.
O incidente levanta questões importantes sobre a robustez do sistema elétrico nacional. Abaixo, detalhamos os pontos cruciais sobre o apagão:
O que causou a queda de energia?
A causa primária da interrupção foi um incêndio em uma subestação de energia elétrica localizada no município de Bateias, no Paraná. O acidente provocou o desligamento completo da subestação de 500 kV, o que, por sua vez, desconectou os fluxos de energia entre as regiões Sul e Sudeste/Centro-Oeste. Essa desconexão gerou uma contingência severa no sistema. Embora a causa do incêndio ainda não esteja totalmente esclarecida, as companhias de energia apontaram uma interferência no Sistema Interligado Nacional (SIN) como fator inicial.
Quanto tempo as regiões ficaram sem energia?
O restabelecimento da energia foi rápido e controlado. De acordo com o Ministério de Minas e Energia, as cargas foram recompostas em poucas horas. Nos primeiros minutos após a ocorrência (0h32), o retorno dos equipamentos já se iniciava, e por volta de 1h30 da manhã, todas as cargas das regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste já haviam sido normalizadas. A região Sul foi a última a ter o fornecimento de energia totalmente restabelecido, por volta das 2h30 da manhã. O tempo total de recomposição foi considerado inferior a intercorrências de porte similar no sistema interligado nacional.
Por que isso aconteceu?
O Sistema Interligado Nacional (SIN) abrange quase todo o território brasileiro, conectando usinas, subestações e redes de distribuição em um sistema de aproximadamente 180 mil quilômetros de linhas de transmissão. Essa interconexão permite que a energia gerada em uma região seja distribuída para outra, otimizando o fornecimento mesmo em cenários de escassez em locais específicos devido a fatores como a falta de chuvas. O fluxo de energia segue três etapas principais: Geração, Transmissão via sistema integrado e Distribuição até o consumidor final.
Que medidas estão sendo tomadas?
O Ministério de Minas e Energia anunciou uma reunião preliminar para esta terça-feira, com a participação dos principais agentes do setor, incluindo representantes da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). O objetivo é identificar as causas exatas do apagão e definir os próximos passos. O ONS, por sua vez, iniciará a elaboração do Relatório de análise da Perturbação (RAP) até sexta-feira (17/10).
Quando foi o último apagão?
Um incidente de grande escala similar ocorreu anteriormente, afetando 25 estados e o Distrito Federal, com exceção de Roraima devido ao seu sistema de transmissão não integrado. A falha atual, no entanto, foi mais abrangente geograficamente.
O que diz o Ministério de Minas e Energia?
Em Nota Oficial, o MME informou que às 00h32 ocorreu uma perturbação de grande porte no SIN, com desligamento controlado de cerca de 10.000 MW de cargas. O incidente iniciou em um incêndio na Subestação de Bateias (Paraná), desativando a subestação de 500 kV e desinterligando as regiões Sul e Sudeste/Centro-Oeste. O restabelecimento das cargas nas regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste ocorreu até 1h30, e na Região Sul até as 2h30. Uma reunião preliminar com os agentes envolvidos está agendada para hoje, e o ONS iniciará o RAP até sexta-feira.
O que diz o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS)?
O ONS confirmou que o incêndio em um reator na Subestação de Bateias, no Paraná, foi o ponto de partida da interrupção, desligando a subestação de 500 kV e abrindo a interligação entre as regiões Sul e Sudeste/Centro-Oeste. Houve perda de aproximadamente 1.600 MW de carga na região Sul, e atuação do ERAC nas demais. O restabelecimento das cargas seguiu o mesmo cronograma informado pelo MME. O ONS também realizará reunião preliminar de Análise da Perturbação para elaboração do RAP.
O que diz a Aneel?
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) enviou ofícios às empresas envolvidas para que prestem explicações sobre a interrupção. A Agência enviará uma equipe para inspecionar in loco a subestação de Bateias e apurar as causas do incêndio e a responsabilidade dos agentes. A Aneel reforçou que todas as cargas foram restabelecidas dentro dos prazos informados pelo ONS.
Fonte: G1
