Áudio Vaza: Presidente da CPMI Acusa Relator de “Cair no Jogo” do Ex-INSS

Áudio vaza e revela tensão na CPMI: Presidente acusa relator de cair no jogo do ex-INSS Stefanutto. Entenda o conflito e os desdobramentos.
CPMI INSS áudio vazado — foto ilustrativa CPMI INSS áudio vazado — foto ilustrativa

Um áudio vazado da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) do INSS revelou um diálogo tenso entre o presidente do colegiado, senador Carlos Viana (Podemos-MG), e o relator, Alfredo Gaspar (União-AL). Na conversa captada após a Suspensão de uma sessão, Viana acusa Gaspar de estar sendo manipulado pelo ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto.

“Deixa eu falar uma coisa para vocês, ele tá fazendo um jogo para sair daqui inocente. Você tá caindo no jogo dele”, disse Viana. Gaspar, por sua vez, argumentou que Stefanutto estava desrespeitando os parlamentares desde o início dos depoimentos. Viana reforçou sua posição, alertando Gaspar para não se envolver na estratégia do depoente, que estava sob investigação da Polícia Federal (PF) na operação Sem Desconto.

Tensão na CPMI: Depoimento de Stefanutto Acirra Debate

A sessão foi marcada por confrontos verbais acalorados entre Stefanutto e o relator Alfredo Gaspar. Stefanutto, amparado por um habeas corpus do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), que o autoriza a permanecer em silêncio em perguntas que possam incriminá-lo, recusou-se a responder quando questionado sobre sua data de ingresso no serviço público.

O presidente da CPMI, Carlos Viana, contestou a negativa, afirmando que a decisão do STF se aplicava apenas a questões incriminatórias e que a pergunta em questão não se enquadrava nesse critério. O advogado de Stefanutto, Júlio César de Souza Lima, reclamou do tom do relator e declarou que seu cliente não responderia a parlamentares com “pré-julgamento”.

Confronto por Falso Testemunho e Desrespeito Constitucional

A insistência de Gaspar na pergunta levou Stefanutto a se negar novamente a responder. Diante da recusa, Gaspar sugeriu que o ex-presidente do INSS fosse detido em flagrante por falso testemunho. “Calar a verdade de ato não incriminatório cabe o flagrante de falso testemunho. Gostaria que o senhor analisasse esse fato”, declarou Gaspar. A situação escalou ainda mais quando Stefanutto se recusou a comentar sobre o ex-diretor de Benefícios do INSS, André Fidélis, e questionado sobre uma reportagem de irregularidades nos descontos do INSS, considerou a pergunta desrespeitosa por não haver confirmação da denúncia.

Stefanutto expressou sua indignação: “O senhor me respeite! O senhor me respeite!”. Após a intervenção do presidente Viana pedindo calma, Stefanutto criticou o trabalho do relator como uma “vergonha”, levando à suspensão da sessão. Stefanutto, demitido após a deflagração da operação Sem Desconto em abril, negou envolvimento com as irregularidades apuradas pela PF e CGU.

Fonte: Valor Econômico

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