Lula na Campanha: Risco de Recuar em Planos Sociais ou Ignorar Crise

Um ano antes das eleições, Lula foca em sua campanha, enfrentando o risco de recuar em planos sociais ou descuidar da responsabilidade fiscal.
campanha de Lula — foto ilustrativa campanha de Lula — foto ilustrativa

A um ano das eleições, o presidente Lula já iniciou sua campanha eleitoral para 2026. Seus movimentos, decisões e anúncios são voltados para este objetivo, gerando material de campanha e boas fotos. Um exemplo notável foi o encontro com o Papa Leão XIV no Vaticano, e a expectativa é por um futuro encontro com Donald Trump.

Lula e o Papa: Estratégia Eleitoral e Combate à Fome

A visita relâmpago à Itália teve um propósito eleitoral claro. O Brasil, sendo o maior país católico do mundo, confere um peso eleitoral significativo a essa aproximação. Diante da dificuldade em atrair os evangélicos, Lula investe nos católicos, explorando seu vínculo histórico com a Igreja Católica e o PT desde 1980. O presidente já se encontrou e tirou fotos com os papas João Paulo II, Bento XVI e Francisco.

O tema central da viagem, como o próprio Lula considera sua obsessão, foi o combate à fome. Este discurso se alinha com a narrativa de “ricos versus pobres”, amplificada pelo debate sobre a isenção do Imposto de Renda, e com a criação da Aliança Global contra a Fome durante a presidência temporária do Brasil no G20.

Em Roma, Lula discursou nas reuniões da Aliança contra a Fome e da FAO (braço da ONU para Alimentação e Agricultura). Ele destacou o feito de ter retirado o Brasil do Mapa da Fome, conforme anunciado pela FAO, apesar de o índice de miséria ainda ser preocupante.

Efeitos Internacionais e Domésticos da Viagem Presidencial

Viagens como esta visam dois efeitos principais. Primeiramente, ratificar a imagem Internacional de Lula como defensor da segurança alimentar e dos pobres. Em segundo lugar, gerar consequências internas, com a consolidação dos votos da esquerda e a esperança de atrair o centro e até setores da direita que rejeitam o bolsonarismo.

Desafios Econômicos e Riscos para a Campanha de Lula

O próximo movimento estratégico planejado pelos governistas envolve um encontro com Donald Trump, seguido por anúncios positivos sobre tarifas e sanções contra autoridades brasileiras. Contudo, o ministro Fernando Haddad cancelou sua ida aos EUA para negociações prévias, priorizando a resposta interna às derrotas do aumento do IOF e da Medida Provisória da arrecadação no Congresso.

A falta de colaboração do Congresso em aumentar a receita e a relutância de Lula em admitir cortes de gastos criam um cenário fiscal desafiador. Essa situação eleva dois riscos significativos para a campanha: a possibilidade de Lula recuar em seus programas sociais ou de simplesmente ignorar a responsabilidade fiscal. Em ambos os cenários, o impacto recai sobre o país e, diretamente, sobre a campanha presidencial de Lula.

Fonte: Estadão

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