St Marche: Justiça homologa plano de recuperação extrajudicial de R$ 528 milhões

Justiça de SP homologa plano de recuperação extrajudicial do St Marche, com dívida de R$ 528,3 milhões. Veja detalhes.
recuperação extrajudicial St Marche — foto ilustrativa recuperação extrajudicial St Marche — foto ilustrativa

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) homologou o plano de recuperação extrajudicial do grupo supermercadista St Marche. Em abril, a empresa reportou uma dívida de R$ 528,3 milhões e buscou o Judiciário para reestruturar suas finanças.

Detalhes do Plano de Recuperação Extrajudicial

O plano acordado prevê o alongamento de prazos e a Contratação de um financiamento DIP (empréstimo para empresas em dificuldade), que pode chegar a R$ 127,5 milhões, mediante a emissão de debêntures. Credores que não aderirem ao financiamento DIP terão amortizações da dívida em dois períodos. Uma parte será amortizada com carência de cinco anos na primeira e segunda séries da emissão de debêntures, e os 75% restantes terão carência de 30 anos.

Fachada de uma loja St Marche em São Paulo, Brasil.
Rede St Marche busca reorganizar suas contas com plano de recuperação extrajudicial.

Oposição de Credores e Ministério Público

O Ministério Público e diversos credores se manifestaram contra o alongamento dos prazos e as condições financeiras do plano proposto pelo St. Marche. Bancos como Banminas, Crefisa, Credifort Securitizadora e Banco do Brasil argumentaram que os prazos eram irrazoáveis e abusivos. A Credifort chegou a classificar o plano como uma “moratória disfarçada”.

Gôndolas de supermercado St Marche com produtos organizados.
Plano de reestruturação visa garantir o abastecimento das lojas.

Aportes e Motivações da Crise

Paralelamente ao plano de recuperação, o grupo St Marche recebeu dois aportes que somam R$ 90 milhões. Esses recursos foram destinados ao pagamento de fornecedores e ao reabastecimento das lojas. O capital veio do fundo L Catterton, acionista controlador até abril, e do BTG Pactual, que gerencia um fundo credor com mais de 50% da dívida.

Quando protocolou o plano em abril deste ano na 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do TJ paulista, a rede atribuiu parte de sua crise à contratação de financiamentos com taxas de juros elevadas e inesperadas, ao fracasso de planos de abertura de capital, à interrupção da expansão e à alta da inflação. Os controladores também mencionaram que o escândalo contábil da Americanas impactou o comportamento dos credores, com cortes em operações de risco sacado, amplamente usadas no varejo.

Perspectiva do CEO e Situação Atual

Bernardo Ouro Preto, CEO do Grupo St Marche, destacou a rapidez na homologação do plano em comparação com padrões de mercado, interpretando-a como um sinal de confiança da cadeia produtiva e da reputação da marca. Fundado em 2002, o grupo atualmente opera 32 lojas sob as Marcas St Marche e Santa Maria Empório, além de um centro de distribuição, um escritório central e emprega mais de 2.300 funcionários.

A companhia informou que, em agosto, o índice de ruptura (Falta de produtos nas gôndolas) registrado pela Neogrid foi de 13,1% no Brasil, enquanto nas unidades do St Marche, esse índice está em 10%.

Fonte: Folha de S.Paulo

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