Juros de Longo Prazo Fecham Estáveis Após Reversão de Queda: Análise do Mercado

Juros futuros de longo prazo fecham perto da estabilidade após reversão de queda. Taxas de curto prazo sobem. Entenda o impacto no mercado financeiro.
Gráfico com percentuais de taxas de juros em alta e baixa, indicando a volatilidade do mercado financeiro. Gráfico com percentuais de taxas de juros em alta e baixa, indicando a volatilidade do mercado financeiro.

Os juros futuros de longo prazo e da faixa intermediária devolveram quase todo o recuo observado na maior parte do pregão desta segunda-feira (13), encerrando o dia perto da estabilidade. Isso ocorre após um período de estresse nos mercados locais na última sexta-feira (10).

Por outro lado, as taxas de curto prazo apresentaram alta, revertendo o recuo visto no final da semana passada. Na sexta-feira, temores sobre o Mercado de crédito levaram investidores a precificar a possibilidade de o Banco Central antecipar o início do ciclo de corte de juros.

Desempenho das Taxas Futuras

Encerrados os negócios, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2027 registrou alta de 13,995% para 14,03%. A taxa do DI de janeiro de 2029 fechou estável em 13,41%, e a do DI de janeiro de 2031 teve uma leve queda, de 13,685% para 13,68%.

O pregão desta segunda-feira foi marcado por baixa liquidez devido ao feriado do Dia de Colombo nos Estados Unidos, o que manteve o mercado de títulos do Tesouro americano (Treasuries) fechado.

Na reta final das negociações, o mercado de juros futuros passou a operar com um viés ligeiramente mais negativo. O leve avanço das taxas de curto prazo ganhou força, enquanto o recuo mais acentuado dos vértices de longo prazo da curva a termo foi praticamente apagado.

Gráfico com percentuais de taxas de juros em alta e baixa, indicando a volatilidade do mercado financeiro.
Volatilidade nos juros futuros reflete incertezas econômicas.

Fatores de Influência no Mercado

Em um dia sem direcionadores claros e com baixa liquidez devido ao feriado nos EUA, os juros futuros oscilaram pouco ao longo do pregão. Mais cedo, sinalizações conciliatórias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação às negociações comerciais com a China impulsionaram uma melhora mais intensa no mercado de renda fixa doméstico, com reflexos no câmbio e na bolsa.

Trump escreveu na Truth Social que o presidente Xi Jinping teve um “momento ruim” e que os EUA querem ajudar a China. Scott Bessent, secretário do Tesouro americano, informou que Trump deve se reunir com Xi na Coreia do Sul antes da entrada em vigor de tarifas de 100% em 1º de novembro.

Contudo, o noticiário geopolítico mais favorável não sustentou a melhora do mercado de juros durante toda a sessão. As taxas de longo prazo não acompanharam o alívio visto no real, e os juros futuros de curto prazo devolveram a leve queda da sexta-feira passada.

Perspectivas para a Taxa Selic

O estresse provocado pela turbulência no mercado de crédito privado levou alguns participantes do mercado a especular sobre a antecipação do início do ciclo de cortes da taxa Selic. A expectativa majoritária do mercado é de que os cortes só ocorram entre o primeiro e o segundo trimestre de 2026.

A percepção é de que os problemas enfrentados pelos bonds da Raízen, além da cautela com outras companhias como Braskem e Ambipar, são eventos pontuais e não indicam uma crise de crédito mais ampla que possa forçar o Banco Central a antecipar os cortes de juros.

Gráfico de projeção de inflação IPCA para os próximos anos, mostrando tendências de queda.
Projeções do IPCA indicam cenário inflacionário favorável.

Inflação e Projeções Econômicas

Essa expectativa para o ciclo de flexibilização monetária ocorre mesmo diante de um quadro inflacionário mais positivo no curto prazo, conforme reforçou o relatório Focus desta segunda-feira. A projeção mediana do mercado para o IPCA de 2025 caiu de 4,80% para 4,72%, enquanto a inflação esperada para 2026 e 2027 manteve-se em 4,28% e 3,90%, respectivamente.

Segundo Rafael Perez, economista da Suno Research, o ajuste no IPCA deste ano deveu-se à surpresa positiva com o dado de setembro, divulgado na última quinta-feira. “Algumas medidas subjacentes acompanhadas de perto pelo Banco Central, como serviços e núcleos, mostraram sinais positivos e deixaram de subir em setembro — um indicativo de que a inflação pode começar a arrefecer nos próximos meses”, avalia Perez.

Fonte: Valor Econômico

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