A ministra Gleisi Hoffmann, titular da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), confirmou nesta segunda-feira (13) que o Governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu remover apadrinhados políticos de cargos federais. As demissões afetam ligados a parlamentares que votaram contra a medida provisória (MP) que tratava do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), sofrida recentemente pelo Planalto.
Contexto das Demissões
Embora Gleisi Hoffmann tenha evitado o termo “retaliação”, ela admitiu que o governo está aproveitando o momento para “arrumar” sua base aliada. “As indicações para ocupar cargos vão ser retiradas e nós vamos alocar essas indicações para aqueles que estão com o governo. Se quiserem continuar nos cargos, eles [partidos] têm que reavaliar a postura. Estamos, sim, afastando aqueles cargos de indicados [do Congresso], mas isso não quer dizer que acabou o diálogo”, declarou a ministra em Entrevista ao SBT News.
A ministra explicou que o processo de mapeamento e redefinição de cargos ainda está em andamento e deve se estender até o final da semana. “Vamos aproveitar isso para arrumar a base aliada do governo. Estamos passando um olhar por todos os órgãos. Ainda não terminamos esse mapeamento, já foram alguns [demitidos]. Tem gente nos procurando pra conversar e nós vamos conversar de forma direta. Você tem uma pessoa que vive na sua casa, come da comida, mas não é legal com você, qual tem de ser a reação?”, questionou Hoffmann.
Mudanças em Órgãos Federais
O Valor apurou que as exonerações já atingiram apadrinhados políticos em importantes órgãos federais. Entre eles, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) já registraram mudanças em cargos de segundo e terceiro escalão.
Reação do Presidente Lula
Na semana passada, o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia externado seu descontentamento com a derrota da MP. Durante uma entrevista a uma rádio da Bahia, Lula anunciou que se reuniria com os integrantes do governo para discutir a perda da medida. Ele indicou que a base governista articularia uma proposta para que o sistema financeiro, em especial as fintechs, paguem os impostos devidos ao país. “Eu volto na quarta-feira para Brasília e eu vou reunir o governo para discutir como é que a gente vai propor que o sistema financeiro, sobretudo as fintechs, que tem fintechs hoje maior do que banco, pague o imposto devido a esse país”, afirmou Lula.
Fonte: Valor Econômico