Nobel de Economia 2025: Inovação e Tarifas em Debate Global

Nobel de Economia 2025 premia teoria sobre inovação e crescimento. Economista discute impactos de IA, redes sociais e tarifas comerciais.
Nobel de Economia 2025 — foto ilustrativa Nobel de Economia 2025 — foto ilustrativa
The Nobel Prize in Economics 2025 is awarded to Joel Mokyr, Northwestern University, Evanston, Illinois, U.S., Philippe Aghion, College de France and INSEAD, Paris, France, and The London School of Economics and Political Science, UK, and Peter Howitt, Brown University, Providence, Rhode Island, U.S., The Sveriges Riksbank Prize in Economic Sciences in Memory of Alfred Nobel, the Nobel Prize in Economic Sciences 2025, is presented during a press conference at the Royal Swedish Academy of Sciences in Stockholm, Sweden on Monday 13 October 2025. Professor John Hassler, Chairman of the Committee for the Prize in Economic Sciences in Memory of Alfred Nobel, Hans Ellegren, Permanent Secretary of the Academy of Sciences and Professor Kerstin Enflo, Member of the Committee for the Prize in Economic Sciences in Memory of Alfred Nobel. Anders Wiklund/TT News Agency/via REUTERS ATTENTION EDITORS - THIS IMAGE WAS PROVIDED BY A THIRD PARTY. SWEDEN OUT. NO COMMERCIAL OR EDITORIAL SALES IN SWEDEN.

A concessão do Prêmio Nobel de Ciências Econômicas em 2025 destacou a teoria sobre o crescimento impulsionado pela inovação, um tema que, segundo o economista Aloisio Araujo, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), surge em um momento crucial para debates globais. A pesquisa vencedora, que explica como a inovação tecnológica fomenta o desenvolvimento econômico, joga luz sobre questões urgentes como a regulamentação de redes sociais, os impactos da inteligência artificial (IA) no mercado de trabalho e as implicações das tarifas comerciais impostas, especialmente pelos Estados Unidos, no comércio exterior.

O Processo de “Criação Destrutiva” e o Crescimento

A Real Academia Sueca de Ciências premiou os pesquisadores Joel Mokyr, Philippe Aghion e Peter Howitt por sua contribuição em desvendar como a inovação impulsiona o crescimento econômico. Para Aloisio Araujo, a teoria premiada, conhecida como “criação destrutiva”, é fundamental para a compreensão da economia contemporânea. “A partir das pesquisas, os empresários criam produtos novos, ou métodos novos, que tornam os antigos obsoletos. Então destrói uma indústria que tinha anteriormente e substitui por uma coisa melhor que a anterior, que é mais produtiva, mais moderna, ou então um produto que não tinha anteriormente”, explicou Araujo.

Esse fenômeno, embora presente ao longo da história humana, foi significativamente acelerado após a Revolução Industrial, resultando em um crescimento econômico global mais expressivo nos últimos dois séculos. A compreensão aprofundada desse processo e de suas consequências torna o debate sobre regulamentações ainda mais relevante.

Imagem representando a premiação do Nobel de Economia e gráficos econômicos.
Premiação do Nobel de Economia 2025 aborda a relação entre inovação e crescimento.

Desafios da Inovação e a Necessidade de Investimento no Brasil

A teoria premiada também oferece insights sobre as disparidades de crescimento entre países. Enquanto Estados Unidos e China se destacam, nações europeias e latino-americanas enfrentam desafios. No Brasil, a discussão gira em torno da necessidade de direcionar mais recursos para inovação e pesquisa científica. “Essa pesquisa demonstra que a inovação se transforma em crescimento econômico, e isso precisa ser mais aproveitado no Brasil. Nós sempre tivemos muito poucos recursos para a pesquisa aqui. Infelizmente, nunca foi suficiente, mas deu bons frutos, então seria bom ter mais”, pontuou o professor da FGV.

Tarifas Comerciais e o Impacto na Inovação Global

O economista ressaltou que a pesquisa do Nobel ganha ainda mais relevância diante das crescentes tensões globais, como as tarifas impostas pelo ex-presidente dos EUA Donald Trump. Araujo alertou que essas tarifas podem prejudicar o desenvolvimento econômico mundial, pois dificultam a disseminação da inovação entre os países. “O comércio exterior permitiu que a inovação começasse a ser passada de um país pro outro, as ideias se divulgam através de produtos, da compra de patentes. E as tarifas prejudicam isso, além de menos recursos para a pesquisa, que é o que está ocorrendo nos Estados Unidos”, afirmou.

A discussão sobre a regulamentação de novas tecnologias, como a Inteligência Artificial e as redes sociais, torna-se urgente, pois introduzem um ambiente sem precedentes que exige novas formas de governança e atenção aos impactos sociais, incluindo a realocação de trabalhadores e a criação de novas oportunidades.

Debates sobre Redes Sociais e IA

A “criação destrutiva” explicada pela teoria premiada também levanta o debate sobre a necessidade de regulamentação para novas tecnologias, como a Inteligência Artificial e as redes sociais. Essas inovações, por serem inéditas, demandam um novo arcabouço regulatório para mitigar potenciais efeitos negativos, como a perda de empregos e a concentração de poder, ao mesmo tempo em que impulsionam a produtividade e novas formas de interação econômica.

A análise de Aloisio Araujo sugere que um maior investimento em pesquisa e desenvolvimento no Brasil, aliado a políticas que fomentem a inovação e facilitem o comércio internacional, seriam passos cruciais para impulsionar o crescimento econômico do país, alinhando-o às dinâmicas globais evidenciadas pelo Nobel de Economia.

Fonte: InfoMoney

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