A XP Investimentos iniciou cobertura para três ações do setor de utilities, elevando sua recomendação de compra para Neoenergia (NEOE3), CPFL Energia (CPFE3) e Light (LIGT3). Os preços-alvo estipulados para 2026 são de R$ 42,60 para NEOE3, R$ 45,40 para CPFE3 e R$ 6,20 para LIGT3.


Análise setorial e preferidas da XP
O relatório da instituição financeira divide as oportunidades em quatro grupos: compostos de longo prazo, empresas com momentum, teses de reversão à média e potencial de multiplicação de valor. Para os analistas, o investimento em utilities na América Latina exige a combinação de análise macroeconômica com a avaliação individual de cada companhia. Entre as favoritas da XP estão Equatorial (EQTL3), Orizon (ORVR3), Energisa (ENGI11), Sabesp (SBSP3), Copasa (CSMG3), Eletrobras (ELET3) e Light.

Transformações no setor elétrico e saneamento
O setor elétrico brasileiro passou por significativas transformações. Geradoras enfrentam desafios com curtailment e precificação de energia, enquanto distribuidoras ganharam previsibilidade com a Renovação de concessões e revisões regulatórias, o que pode sustentar retornos acima do previsto.
A transmissão é considerada o segmento mais seguro, com a resolução da questão da Rede Básica do Sistema Existente (RBSE) abrindo caminho para investimentos em expansão de redes.

Perspectivas para saneamento e Orizon
No saneamento, a XP mantém uma visão otimista, impulsionada pelo amadurecimento regulatório e o avanço do investimento privado. Revisões tarifárias na Copasa e Sanepar aumentam a previsibilidade do setor. Potenciais privatizações em Minas e Paraná podem beneficiar a Copasa (CSMG3) e a Sanepar (SAPR11).
A Sabesp é apontada como aposta de longo prazo, com projeção de lucro e Taxa Interna de Retorno (TIR) real de 12%. A Orizon é destacada como potencial 10-bagger, com ampla oportunidade de expansão em um setor ainda incipiente no Brasil.
Análise arriscada e promissora da Light
A XP considera a ação da Light um investimento de alto risco com potencial de retornos elevados. Após a recuperação judicial, a renovação da concessão da distribuidora é um ponto crucial. Analistas preveem que, após a reestruturação, a empresa atinja o equilíbrio de caixa com alavancagem controlada.
Três fatores podem impulsionar a Light: o fim do contrato com a usina térmica Norte Fluminense, o reajuste tarifário em 2026 que pode alterar o cálculo de perdas e uma mudança metodológica da Aneel para áreas de alto risco. Esses gatilhos podem gerar cerca de R$ 550 milhões em fluxo de caixa recorrente, potencialmente mais que dobrando o valor das ações.
Fonte: InfoMoney