O presidente Donald Trump declarou neste domingo (12) que os Estados Unidos desejam “ajudar a China, não prejudicá-la”. A declaração surge dias após o anúncio de uma tarifa adicional de 100% sobre a segunda maior economia do mundo, sinalizando uma possível mudança na retórica diplomática.


Mudança de Tom Após Tensão Comercial
As declarações de Trump na sexta-feira (10), que incluíram a ameaça de cancelar uma reunião com seu homólogo chinês, Xi Jinping, geraram incerteza nos mercados. Ações em Wall Street caíram para o território negativo, com operadores preocupados com o reinício da guerra comercial entre Washington e Pequim.
“Não se preocupem com a China, tudo ficará bem! O respeitado presidente Xi acabou de passar por um momento difícil. Ele não quer uma Depressão para seu país, e eu também não”, declarou o mandatário americano em sua plataforma Truth Social.

Novas Tarifas e Resposta Chinesa
Trump reiniciou a guerra comercial com Pequim em resposta a novas restrições chinesas às exportações de minerais de terras raras. O presidente americano anunciou tarifas adicionais e controles de exportação sobre softwares de importância estratégica, com entrada em vigor prevista para 1º de novembro.
Em resposta, o Ministério do Comércio chinês qualificou a ameaça tarifária de Trump como um “exemplo típico de dupla moral”. Pequim acusou Washington de intensificar a pressão econômica desde setembro e afirmou que “ameaçar o tempo todo com tarifas altas não é a melhor abordagem para lidar com a China”.
Este aumento de 100 pontos percentuais se soma aos 30% em média que os produtos chineses já pagam em impostos aduaneiros para entrar nos Estados Unidos. As tarifas retaliatórias chinesas atualmente são de 10%.

Minerais de Terras Raras e a Conflito
Os minerais de terras raras são fundamentais para a fabricação de diversos produtos, desde smartphones e veículos elétricos até equipamentos militares e componentes de energias renováveis. A disputa por esses insumos estratégicos intensifica o conflito comercial.
Falha na Comunicação e Acusações Mútuas
O representante de comércio norte-americano, Jamison Greer, relatou que os EUA tentaram contato com a China por telefone após o anúncio das novas restrições, mas Pequim protelou. Greer chamou a medida chinesa de “uma tomada de poder”.
Por outro lado, o Ministério do Comércio chinês defendeu suas restrições, citando preocupações com aplicações militares em um contexto de “conflitos militares frequentes”. Pequim também apontou para a inclusão de empresas chinesas em listas negras de comércio e a cobrança de taxas portuárias sobre navios ligados à China por parte dos EUA.
Fonte: Folha de S.Paulo