Dólar Cai e Ibovespa Avança com Sinalização de Trump sobre China

Dólar opera em queda com declarações amenas de Trump sobre China. Ibovespa avança com mercado atento ao Boletim Focus e cenários globais.
Dólar e Ibovespa — foto ilustrativa Dólar e Ibovespa — foto ilustrativa

O dólar iniciou a sessão de segunda-feira (13) em queda, com a moeda americana recuando 0,63% e negociada a R$ 5,4682 por volta das 10h25. Paralelamente, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, apresentou alta de 0,45%, atingindo 141.312 pontos.

A semana de negócios começa sob forte atenção a desdobramentos políticos e econômicos globais. No cenário doméstico, as projeções do Boletim Focus são o foco principal, enquanto nos Estados Unidos, o clima é de cautela devido à continuidade do shutdown e às declarações mais ponderadas de Donald Trump em relação à China.

Gráfico do desempenho do dólar e Ibovespa no dia.
Desempenho do dólar e do Ibovespa no dia.

Boletim Focus aponta inflação menor em 2025

Divulgado pelo Banco Central às 8h30, o Boletim Focus trouxe uma revisão para baixo na estimativa de inflação para o ano, que caiu de 4,80% para 4,72%. As projeções para a taxa básica de juros (Selic) e para o PIB, por outro lado, permaneceram estáveis nesta semana, em 15% e 2,16%, respectivamente.

A mediana das projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2025, a inflação oficial do país, foi ajustada de 4,80% para 4,72%. Apesar da redução, o índice ainda se encontra 0,22 ponto percentual acima do teto da meta de 4,50%.

A expectativa para o fim da taxa Selic em 2025 manteve-se em 15% pela 16ª semana consecutiva, após a decisão do Copom em setembro. Para 2024, a projeção segue em 12,25%.

Quanto ao Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, a mediana das projeções para 2025 foi mantida em 2,16% pela quinta semana consecutiva. Para 2024, a estimativa também permaneceu estável em 1,80%.

Gráfico de projeções econômicas do Boletim Focus.
Projeções do Boletim Focus.

Trump sinaliza trégua com a China e visita Israel

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adotou um tom mais ameno em relação à China no domingo (12), declarando que as tensões com o país asiático “ficarão bem”. A declaração surge em meio a ameaças anteriores de tarifas adicionais de 100% sobre importações chinesas.

Trump elogiou o líder chinês Xi Jinping como “um homem muito forte, muito inteligente” e um grande líder, em declarações a jornalistas a bordo do Air Force One. Essa postura buscou amenizar a reação após a crítica à restrição chinesa na exportação de terras raras, materiais cruciais para a indústria tecnológica.

O presidente americano destacou que as tarifas impostas fortaleceram a economia dos EUA e aumentaram seu poder de negociação, afirmando: “Estamos recebendo centenas de bilhões de dólares, não apenas da China, de outros países. Nos tornamos um país rico novamente, e as tarifas nos deram força diplomática, força de negociação. Acho que vamos ficar bem com a China”.

Na mesma ocasião, Trump chegou a Israel, coincidindo com a entrega de reféns israelenses mediada pela Cruz Vermelha. Ele descreveu a libertação como “um triunfo incrível para Israel e para o mundo” e expressou o desejo de ser um parceiro nos esforços para a reconstrução da Faixa de Gaza no pós-guerra, com apoio de países árabes.

Presidente Donald Trump em discurso.
Presidente Donald Trump.

Paralisação do governo dos EUA afeta a economia

A paralisação do Governo federal americano (shutdown) atingiu seu décimo terceiro dia, com o Secretário do Tesouro, Scott Bessent, alertando para os impactos já visíveis na economia real.

“Isso está ficando sério. Já começa a afetar a economia real”, afirmou Bessent.

Bessent explicou que, para garantir o pagamento a militares, o governo tem adiado repasses a outros funcionários públicos e serviços essenciais, como os museus Smithsonian e o Zoológico Nacional. Ele também mencionou que a paralisação tem dificultado o envio de ajuda a agricultores, e que dados econômicos oficiais só serão divulgados após o fim do shutdown.

Mercados Globais em Volatilidade

Os mercados americanos registraram quedas expressivas na sexta-feira, após a ameaça de Trump sobre tarifas contra a China reacender temores de guerra comercial. O Dow Jones recuou 1,90%, o S&P 500 caiu 2,71%, e o Nasdaq Composite teve desvalorização de 3,56%.

Em contrapartida, as bolsas europeias abriram em alta nesta segunda-feira. O índice pan-europeu STOXX 600 subia 0,37%, com o DAX em Frankfurt avançando 0,41%, o FTSE 100 em Londres com leve alta de 0,03%, o CAC 40 em Paris subindo 0,37%, e o FTSE MIB em Milão liderando os ganhos com 0,52%.

Na Ásia, os mercados encerraram o dia em queda após um pregão instável. A reavaliação dos riscos de uma nova guerra comercial entre EUA e China pesou sobre os investidores. Apesar da queda generalizada, ações ligadas a terras raras e semicondutores apresentaram ganhos.

Placa de bolsa de valores com gráficos.
Mercados financeiros globais.

Fonte: G1

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