Ouro: “Bolha de 6 mil anos”? Ex-Citigroup defende venda por BCs

Willem Buiter, ex-Citigroup, classifica o ouro como “bolha de 6 mil anos” e defende que BCs vendam suas reservas. Entenda os argumentos.
Ouro bolha bancos centrais — foto ilustrativa Ouro bolha bancos centrais — foto ilustrativa

Apesar de sua longa história como reserva de valor, o ouro pode estar vivendo uma “bolha de 6 mil anos”. Essa é a visão de Willem Buiter, ex-economista-chefe global do Citigroup e ex-membro do Comitê de Política Monetária do Banco da Inglaterra. Em artigo publicado no Financial Times, Buiter argumentou que os bancos centrais deveriam considerar a venda de suas reservas do metal.

O preço do ouro, que ultrapassou US$ 4.000 a onça com uma valorização superior a 50% no último ano, é visto por Buiter como resultado de uma precificação irracional. Ele ressalta que o metal, apesar de ser historicamente tratado como Porto seguro, possui utilidade econômica limitada e um valor intrínseco desprezível.

Ouro como “Prisão da História”

“O mundo é um prisioneiro inconsciente da história quando trata o ouro como reserva de valor”, afirmou o economista. Ele defende que nenhuma instituição monetária deveria alocar recursos em um ativo físico com tão baixo valor intrínseco e riscos elevados. Buiter compara a valorização do ouro à do Bitcoin (Bitcoin), ambas impulsionadas primariamente pela percepção de Mercado. No entanto, ele aponta que criptomoedas e moedas digitais de bancos centrais oferecem maior utilidade como meio de pagamento.

Comparativo entre o preço do ouro e do Bitcoin, com o economista Willem Buiter argumentando contra a reserva de valor do ouro.
O economista Willem Buiter compara o ouro ao Bitcoin, defendendo a venda das reservas por bancos centrais.

Custo de Produção e Reservas Atuais

O ex-economista do Citi destacou o alto custo de produção do ouro como um desperdício de recursos, citando dados do World Gold Council que indicam um custo de extração em torno de US$ 1.500 por onça. Ele observou que, desde 2022, os bancos centrais têm aumentado suas reservas de ouro, com adições anuais superiores a 1.000 toneladas. Atualmente, o ouro representa cerca de 20% das reservas globais dessas instituições, superando a participação do euro, que fica em aproximadamente 16%.

Recomendação para Bancos Centrais

Diante do exposto, Buiter conclui que não há justificativa econômica para que o ouro continue sendo um pilar das reservas oficiais. Sua recomendação é clara: “Os bancos centrais deveriam vender o máximo possível a investidores privados dispostos a correr o risco de perder tudo”, alertou ele no artigo para o Financial Times. Essa perspectiva contrasta com a abordagem de diversificação de ativos que muitos bancos centrais têm adotado.

Fonte: InfoMoney

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