Guerra Comercial EUA-China Impulsiona Brasil como Potência Global da Soja

Guerra comercial EUA-China fortalece o Brasil como potência global da soja. Produtores americanos sofrem, enquanto o agronegócio brasileiro colhe safra recorde e assume liderança.
Brasil potência soja — foto ilustrativa Brasil potência soja — foto ilustrativa

A atual guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, intensificada pelas tarifas impostas por Donald Trump, está consolidando o Brasil como a principal superpotência mundial na produção e exportação de soja. Enquanto produtores americanos enfrentam dificuldades com a recusa chinesa em comprar seus grãos, o agronegócio brasileiro se beneficia diretamente, fortalecendo sua posição no mercado global.

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A disputa comercial entre EUA e China redefine o mercado global de soja.

O Impacto da Disputa Comercial na Soja

Desde maio, a China, maior cliente da soja americana, suspendeu suas compras em retaliação às tarifas de Donald Trump. Essa medida afeta diretamente os fazendeiros americanos, que já contam com pacotes de ajuda governamental, e aumenta os custos para as processadoras chinesas. No entanto, o Brasil emerge como o grande beneficiário, com um aumento significativo em suas exportações para a Ásia.

Essa não é a primeira vez que conflitos comerciais liderados por Trump favorecem o Brasil. Em seu primeiro mandato, quando tarifas foram impostas à China, a participação brasileira no mercado chinês de soja saltou de cerca de metade para três quartos entre 2017 e 2018. Com os preços da soja voltando a subir, impulsionados em parte pela invasão da Ucrânia pela Rússia, os produtores brasileiros responderam com investimentos e um aumento expressivo nos embarques. As exportações brasileiras de soja devem atingir um novo Recorde de 110 milhões de toneladas em 2025, compensando perdas em outros setores impactados por tarifas, como carne bovina e café.

Perspectivas e Desafios para o Agronegócio Brasileiro

A possibilidade de um encontro entre Donald Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, levanta questões sobre o futuro embargo. Trump sinalizou que a soja será um tema de discussão crucial. Mesmo que o embargo seja suspenso, as exportações americanas de soja provavelmente ainda enfrentarão tarifas mais altas em comparação com a soja brasileira. No entanto, a queda nos preços da soja americana pode torná-la competitiva novamente, mesmo com tarifas elevadas, o que poderia reduzir a vantagem brasileira.

A confiança dos agricultores brasileiros é alta, com muitos optando por esperar a venda da safra de primavera, antecipando preços favoráveis. O Calendário agrícola também joga a favor do Brasil, com a safra americana de milho e soja já escoada e a colheita brasileira de soja prevista para janeiro, após a safra americana ter sido colhida.

Lavoura de soja brasileira em expansão
O Brasil consolida sua posição como maior exportador de soja do mundo.

Fatores de Sucesso e Vantagens Competitivas do Brasil

O otimismo em torno da soja brasileira é justificado por diversos fatores de longo prazo. A área plantada nos Estados Unidos diminuiu desde 2017, com fazendeiros migrando para outros cultivos. Em contraste, o Brasil ainda oferece vasto espaço para expansão agrícola. Além disso, a soja brasileira possui um teor de proteína mais alto e o setor agrícola do país é mais produtivo, com uma área plantada consideravelmente maior. A forte demanda interna, impulsionada pela indústria de biocombustíveis, também contribui para o sucesso do grão. Embora os Estados Unidos ainda possuam vantagens em infraestrutura logística, o Brasil está investindo em obras que podem, eventualmente, diminuir essa diferença.

Daniel Furlan Amaral, da Abiove, destaca que os choques causados por Trump não são os únicos responsáveis pelo triunfo da soja brasileira. A qualidade superior da proteína, a produtividade agrícola e o potencial de expansão territorial são diferenciais cruciais. A manutenção e o aprimoramento da infraestrutura logística serão determinantes para que o Brasil sustente sua Liderança no mercado global de soja.

Fonte: Estadão

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