O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva solicitou ao Ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, a apresentação de um orçamento para a aquisição de uma nova turbina para o avião presidencial, popularmente conhecido como “Aerolula”. A solicitação surge após um incidente preocupante ocorrido em outubro do ano passado, quando a aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) apresentou uma pane logo após decolar do México em direção ao Brasil. O avião precisou voar por mais de quatro horas utilizando apenas um motor, um episódio que o próprio presidente descreveu como assustador.
Durante uma reunião no Palácio da Alvorada, que contou com a presença de Múcio e dos comandantes da Aeronáutica e do Exército, Lula também buscou esclarecimentos sobre outro incidente envolvendo uma aeronave da FAB, um bimotor modelo C-105. Este avião, utilizado para deslocamentos presidenciais em pistas curtas, teve que ser desembarcado devido a um risco de fogo, impedindo o transporte do presidente e sua comitiva para o arquipélago do Marajó, no Pará.
Contexto da Pane e Risco de Fogo
O Ministro José Múcio explicou que o problema na aeronave presidencial, adquirida em 2005, está relacionado à necessidade de uma nova turbina. Ele também esclareceu que a fumaça observada na segunda aeronave foi resultado do contato do óleo frio com o Cano de escape quente. Múcio ressaltou que, no momento, o governo não dispõe de verba para a compra de um novo avião presidencial, mas que a prioridade é verificar a possibilidade de adquirir uma nova turbina.
“Nós conversamos sobre a possibilidade de comprar uma turbina para o avião presidencial que apresentou problema no México. Já o bimotor, somente usado para deslocamento do presidente quando é necessário pousar em pistas curtas, está funcionando normalmente”, declarou Múcio. Ele acrescentou que a questão do óleo foi um caso pontual. “A fumaça ocorreu porque o óleo frio bateu no Cano de escape, que é quente”, completou.
Busca por Verba e Alternativas de Financiamento
A aquisição de uma nova turbina para o “Aerolula” ainda não está confirmada, e o governo está trabalhando em conjunto com o Senado para buscar recursos. O Ministro da Defesa viajará à Índia e, ao retornar, analisará orçamentos de fornecedores de turbinas em países como Estados Unidos e Inglaterra. Diante do cenário de aperto fiscal, o governo deposita esperanças em um projeto de lei complementar que tramita no Senado. A proposta visa destinar R$ 30 bilhões para investimentos estratégicos em defesa nacional a partir de 2026, permitindo o uso de fundos da Marinha, Exército e Aeronáutica sem impactar a meta fiscal.
O projeto, de autoria do senador Carlos Portinho (PL-RJ), tem o relator Randolfe Rodrigues (PT-AP). “Atualmente, estamos administrando possibilidades”, afirmou Múcio, indicando a busca por soluções financeiras viáveis para a manutenção e segurança da frota presidencial.
Fonte: Estadão