Os juros futuros de longo prazo registraram alta nesta sexta-feira (10), acompanhando a valorização do dólar e refletindo uma deterioração na percepção de risco interno. O Mercado precificou a instabilidade no crédito privado e a atenção voltada para a pauta fiscal.
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Enquanto isso, as taxas de curto prazo fecharam em leve queda. Operadores apontam que a percepção de um possível agravamento na deterioração do mercado de crédito levou alguns agentes a apostarem em um ciclo de cortes de juros mais agressivo por parte do Banco Central.
Ao final das negociações, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2027 recuou de 14,025% para 14,00%. Já a taxa do DI com vencimento em janeiro de 2029 subiu de 13,34% para 13,41%, e a do DI de janeiro de 2031 avançou de 13,585% para 13,675%.
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Cenário Internacional Agrava Pressão
Apesar da influência predominante dos fatores domésticos, o cenário externo também contribuiu para a pressão sobre os mercados. A ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aumentar tarifas sobre importações da China, que se confirmou pouco antes do fechamento do pregão, gerou incertezas globais.
Os títulos do Tesouro americano (Treasuries) reagiram com maior intensidade ao anúncio. Diante da busca por proteção em meio a um potencial novo embate comercial sino-americano, as taxas dos títulos da dívida pública dos EUA apresentaram forte queda.
No fechamento em Nova York, a taxa da T-note de dez anos recuou de 4,144% para 4,036%, enquanto o rendimento do T-bond de 30 anos caiu de 4,724% para 4,621%. Essa movimentação global influenciou o comportamento dos ativos financeiros em diversos mercados.
Impacto na Curva de Juros e Expectativas
A inclinação da curva de juros, com taxas de longo prazo subindo mais que as de curto prazo, indica uma precificação de maior risco e incerteza no horizonte econômico. Essa dinâmica pode afetar decisões de investimento e financiamento.
Analistas apontam que a deterioração no crédito privado, aliada a preocupações fiscais, justifica a cautela dos investidores. A expectativa de um ciclo de cortes mais acelerado pelo Banco Central pode ser um reflexo da tentativa do mercado de antecipar Reações a possíveis choques econômicos.
É fundamental acompanhar os próximos desdobramentos da pauta fiscal e as comunicações oficiais do Banco Central para entender as perspectivas futuras para a taxa Selic e seus impactos na economia brasileira.
Fonte: Valor Econômico