Crédito Imobiliário: Novo Modelo Amplia Uso da Poupança

Novo modelo de crédito imobiliário amplia uso da poupança. Saiba como o governo busca facilitar o financiamento da casa própria para a classe média.
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Um novo modelo de crédito imobiliário foi apresentado pelo governo, visando solucionar a Falta de recursos e os juros elevados que afetam o financiamento da casa própria, especialmente para a classe média. A iniciativa, anunciada em São Paulo, busca alterar as regras de uso da caderneta de poupança para impulsionar o setor.

Atualmente, 65% dos recursos da poupança são obrigados a serem direcionados ao crédito imobiliário. No novo plano, esse percentual subirá para 80%, com a possibilidade de redução do compulsório bancário a até zero. O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, destacou a necessidade de uma mudança estrutural para garantir o crescimento sustentável do Mercado imobiliário, conforme diretriz do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Como Funciona o Novo Modelo de Financiamento Imobiliário

A partir de janeiro de 2027, os bancos poderão usar o valor total destinado ao crédito imobiliário para captar recursos no mercado, como emissões de Letras de Crédito Imobiliário (LCIs). A caderneta de poupança deixará de ser a fonte direta, mas servirá como referência para a liberação de compulsórios. Esse mecanismo visa estimular os bancos a ampliarem o financiamento habitacional.

Haverá uma fase de transição, que se inicia imediatamente. Durante este período, os compulsórios cairão de 20% para 15% se os bancos aplicarem os recursos em crédito imobiliário. A partir de 2027, o percentual compulsório será reduzido em 1,5 ponto percentual anualmente, até atingir zero, condicionado à origem de operações de crédito imobiliário.

“Ao fim de dez anos, todo o saldo de recolhimento compulsório poderá ser deduzido pelas instituições financeiras, ou seja, não recolhido ao Banco Central, desde que o correspondente volume de operações de crédito imobiliário foi originado”, explicou Felipe Derzi, chefe adjunto do departamento de regulação do BC.

Elevação do Limite de Financiamento e Impacto na Classe Média

Para se beneficiar da flexibilização, os bancos deverão comprometer 80% dos recursos no Sistema de Financiamento Habitacional (SFH) com taxa de juros máxima de 12% ao ano. Os 20% restantes poderão ser alocados no Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), sem restrição de taxas. Uma novidade importante é a elevação do valor máximo do imóvel financiado no SFH, de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões.

O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, classificou a medida como “uma mudança estrutural na forma de utilização da poupança no Brasil“. Ele ressaltou que o funding da poupança tem diminuído, tanto por fatores conjunturais quanto estruturais, como o avanço da educação financeira. O novo sistema busca gerar mais crédito imobiliário, especialmente para a classe média.

Essa mudança beneficiará famílias com renda mensal acima de R$ 12 mil, que enfrentavam juros em torno de 13% ao ano. Para rendas menores, o programa Minha Casa, Minha Vida oferece taxas subsidiadas. O volume de financiamentos imobiliários entre janeiro e agosto somou R$ 97,1 bilhões, uma queda de 18% em relação ao ano anterior.

Setor Imobiliário Elogia o Novo Modelo de Crédito

Empresários do setor da construção civil elogiaram a iniciativa. Renato Correia, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), afirmou que o novo modelo aproximará o consumidor do sonho da casa própria. Luiz França, presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), destacou o potencial de crescimento do mercado, lembrando que a relação entre crédito imobiliário e o PIB (Produto Interno Bruto) no Brasil é de 10%, enquanto em países desenvolvidos é de 50%.

Fonte: Estadão

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