A maior parte da população brasileira atribui a responsabilidade pela adulteração de bebidas com metanol a grupos criminosos. Uma pesquisa da Quaest, divulgada nesta sexta-feira (10), aponta que 52% dos entrevistados culpam o crime organizado, enquanto 35% direcionam a culpa às próprias empresas produtoras de bebidas.


O levantamento revela que 4% dos entrevistados culparam o governo federal e 2% o governo de São Paulo pela crise. Outros 3% indicaram outras fontes como responsáveis, e 4% preferiram não responder ou disseram não saber.
Apesar da ampla repercussão do caso, com 93% dos entrevistados afirmando ter conhecimento do problema, a maioria acredita na Punição dos envolvidos. Cerca de 61% dos participantes esperam que os responsáveis pela adulteração das bebidas sejam responsabilizados, enquanto 35% expressam ceticismo quanto a punições.

Impacto no Consumo e Iniciativa do Governo
O episódio gerou apreensão entre os consumidores. Segundo a pesquisa, 25% dos entrevistados relataram receio em consumir qualquer tipo de bebida alcoólica, e 14% temem especificamente os destilados. Por outro lado, 11% não demonstraram medo, e metade dos entrevistados (50%) declarou não consumir álcool.
O caso levou o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva a solicitar uma investigação pela Polícia Federal sobre a adulteração das bebidas. A pesquisa indica que 53% dos entrevistados estavam cientes da iniciativa do Governo, contra 46% que desconheciam a ação.
A pesquisa, encomendada pela Genial Investimentos, ouviu 2.004 pessoas entre 2 e 5 de Outubro, com uma margem de erro de dois pontos percentuais.

Investigações em São Paulo
Em São Paulo, a polícia descobriu uma fábrica responsável pela adulteração de bebidas, ligada a mortes por contaminação com metanol. Uma operação em São Bernardo do Campo e outras cidades do ABC paulista resultou na apreensão de bebidas contaminadas e na investigação da distribuição ilegal que culminou nas intoxicações fatais.
A repercussão do caso foi tão grande que analistas do Goldman Sachs alertaram sobre o impacto no desempenho de empresas do setor, como a Ambev, mantendo recomendação de venda para suas ações em decorrência da crise do metanol e da queda nas vendas fora de casa.
Fonte: InfoMoney