O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou um novo modelo de crédito imobiliário nesta sexta-feira (10), em São Paulo, com fortes críticas ao Congresso Nacional. Lula definiu que não é possível considerar quem ganha até R$ 5 mil por mês como parte da classe média e atribuiu ao Legislativo a responsabilidade pelo achatamento da renda no país.
Críticas ao Congresso e MP do IOF
A fala do presidente vem dias após a Câmara dos Deputados derrubar a Medida Provisória (MP) do IOF, considerada essencial pelo governo para ampliar a arrecadação e ajustar as contas públicas em 2026. Lula afirmou que os parlamentares que votaram contra a MP prejudicaram projetos de Inclusão social.
Novo Programa de Crédito Imobiliário
O programa anunciado tem como foco a população de classe média, com mudanças nas regras para uso da poupança. Atualmente, 65% dos recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) são destinados ao crédito imobiliário, 20% ficam no Banco Central e 15% são de uso livre pelos bancos. A transição começará ainda este ano.
Redefinição de Classe Média
Lula destacou que a maioria dos brasileiros ganha até cinco salários mínimos (cerca de R$ 7,5 mil) e que políticas como a anunciada são cruciais para impulsionar a mobilidade social. “Para que a gente crie uma espécie de uma sociedade de classe média. Não é possível a gente achar que alguém que ganha R$ 5 mil é classe média. Não é possível. Se o cara pagar aluguel e tiver um filho na escola, mal e porcamente sobra para ele comer”, declarou o presidente.
Papel do Estado e Responsabilidade Fiscal
O presidente reiterou que um dos pilares de sua gestão é “colocar o pobre no Orçamento” e reforçou o papel fundamental do Estado na evolução social. “Quanto mais as pessoas ganharem, mais vão comprar casa, melhorar qualidade da casa, do carro, da comida, da roupa. Esse é o país que queremos construir. Temos que colocar o pobre no orçamento da União, da prefeitura, do Estado.” Lula também enfatizou a responsabilidade fiscal de seu governo.
Presenças Notáveis
A cerimônia contou com a presença do vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), além dos ministros Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda), Jader Filho (Cidades), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência da República), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar) e o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.
Fonte: Valor Econômico
