A participação do crédito imobiliário no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro praticamente dobrou desde o lançamento do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). No entanto, o volume ainda se encontra abaixo de outros países com economias similares, como o Chile, que possui um crédito imobiliário quase três vezes maior em proporção ao seu PIB. A declaração foi feita por Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central.
Restrições Estruturais no Financiamento Imobiliário
Galípolo apontou que limitações na fonte de recursos (funding) para o crédito imobiliário representam um obstáculo significativo para o crescimento do setor, criando uma tendência de estagnação ou queda. Essas barreiras estruturais impedem que o Mercado atinja seu potencial máximo.
O presidente do Banco Central aproveitou para agradecer ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela visão de buscar soluções estruturais em vez de medidas paliativas para o crédito imobiliário. “Eu quero uma mudança estrutural, eu quero uma solução estrutural”, afirmou Galípolo, ressaltando a importância de políticas de longo prazo.
Expansão do Crédito para Classe Média
Luiz França, presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), destacou o lançamento de um novo modelo de crédito imobiliário como um “passo importante” para a expansão dos financiamentos habitacionais. Segundo França, o Brasil ostenta um índice de crédito imobiliário em relação ao PIB de 10%, enquanto países desenvolvidos chegam a 50%. “Temos muito a crescer ainda no crédito imobiliário do Brasil”, disse.
O novo modelo visa impulsionar a oferta de crédito, beneficiando especialmente a classe média brasileira. A expectativa é que centenas de milhares de famílias consigam realizar o sonho da casa própria com as novas condições.
Fonte: Estadão