O governo federal lançou um novo modelo de crédito imobiliário que visa ampliar o Acesso ao financiamento da casa própria para a classe média, reduzir juros e fortalecer a estabilidade financeira. A iniciativa, apresentada pelo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, atende a um pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por uma “mudança estrutural, não paliativa” no sistema habitacional.


“Desde o primeiro momento, o presidente Lula disse: ‘Eu não quero uma solução paliativa, eu quero uma mudança estrutural, uma solução definitiva’. Esse foi o pedido do presidente Lula para toda a equipe”, afirmou Galípolo durante o evento.
Destravando o Crédito Imobiliário
A proposta permite que bancos utilizem parte dos depósitos da poupança em conjunto com recursos de Mercado, expandindo o volume de crédito disponível sem gerar pressão sobre as taxas de juros. O novo formato busca corrigir um desequilíbrio histórico: a dependência de recursos com liquidez imediata para financiar empréstimos de longo prazo.
“A gente pode conviver com mais crédito para as pessoas, com mais estabilidade e poder controlar a inflação com uma taxa de juros mais baixa”, explicou o presidente do BC.
Juros Menores para Famílias de Renda Média
O novo modelo tem como público-alvo famílias com renda entre R$ 12 mil e R$ 20 mil, faixa que atualmente enfrenta maior dificuldade para financiar imóveis. A Caixa Econômica Federal prevê financiar 80 mil moradias até 2026, com juros limitados a 12% ao ano e teto de R$ 2,25 milhões para os financiamentos dentro do Sistema Financeiro de Habitação (SFH).
Galípolo destacou que o crédito imobiliário brasileiro depende fortemente da poupança, cuja remuneração é inferior à de outros produtos financeiros, o que reduz sua atratividade. “Conforme as pessoas vão tendo Acesso a mais produtos e educação financeira, é normal que a atratividade da poupança vá caindo. Essa limitação da fonte de recursos tem gerado uma tendência de queda do crédito imobiliário”, afirmou.

Testes e Implantação Gradual
A expectativa é que o novo modelo seja testado em 2026, utilizando até 5% dos depósitos da poupança, antes da implantação definitiva prevista para 2027. Durante essa fase piloto, o Banco Central e o Ministério da Fazenda avaliarão os impactos sobre o sistema financeiro e o custo do crédito.
O setor da construção civil avalia a medida como uma oportunidade de reativar o mercado imobiliário e impulsionar o investimento em um momento de desaceleração do crédito. A iniciativa busca alinhar o financiamento imobiliário com as políticas de desenvolvimento econômico do Governo Lula.

Fonte: InfoMoney