A líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado, foi agraciada com o Prêmio Nobel da Paz 2025. O anúncio, feito pelo Comitê Norueguês do Nobel em Oslo, destacou seus “esforços persistentes em favor da restauração pacífica da democracia e dos direitos humanos na Venezuela”. Machado, que enfrenta impedimentos para concorrer nas eleições, tem denunciado internacionalmente as violações políticas do governo de Nicolás Maduro.

Em Entrevista exclusiva concedida à apresentadora Andreia Sadi em setembro de 2024, Machado abordou a grave situação política do país, revelando os receios e o compromisso com a população venezuelana.

“Todos temos medo, só de perder a nossa liberdade, também a nossa vida”
Ao discorrer sobre a perseguição política sofrida pelos opositores e pela população contrária ao regime de Maduro, Corina Machado expressou o medo generalizado e reforçou seu compromisso. “Todos temos medo, só de perder a nossa liberdade, também a nossa vida. Mas eu tenho um compromisso assumido com o povo de Venezuela e não os vou abandonar”, afirmou.
A líder opositora detalhou a brutalidade da repressão, mencionando mais de 2.500 presos políticos, crianças acusadas de terrorismo e mulheres detidas, separadas de suas famílias, sem direito à Defesa e submetidas a atos cruéis, incluindo violência sexual. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos chegou a qualificar a situação como prática de terrorismo de Estado.
“Perseguição na Venezuela é brutal”
Durante a Entrevista, a apresentadora Andreia Sadi questionou Machado sobre a perseguição a ela e a Edmundo González, e sobre planos de anistia. Machado não detalhou pedidos específicos, mas enfatizou a severidade da perseguição contra ambos e suas famílias. “O que eu posso dizer, é que o nível de perseguição na Venezuela é brutal, e eles [militares do governo] ameaçaram invadir a casa dele [Edmundo Gonzáles Urrutia]. Nossas famílias estão aqui na Venezuela, de modo que, sim, precisamos que a comunidade internacional, especialmente o governo Lula, eleve suas vozes para que termine a repressão”, declarou.
“Maduro sente que pode matar cidadãos sem pagar por isso”
Machado revelou como o governo Maduro lida com opositores: “Maduro sente que pode mandar prender 500 venezuelanos injustamente, que pode mandar matar 10 cidadãos sem pagar por isso. É preciso fazer com que Maduro saiba que vai ser responsabilizado pelos crimes que ele comete para que pare a repressão e que militares, paramilitares, parem de uma vez, porque vai haver consequências e o mundo está acompanhando os venezuelanos e suas denúncias”. A Luta pela democracia e pelos direitos humanos na Venezuela segue como um foco central para a premiada com o Nobel da Paz.
Fonte: G1