Nobel da Paz 2025: O medo e a luta pela liberdade na Venezuela

María Corina Machado, vencedora do Nobel da Paz 2025, revela o medo e a brutal perseguição na Venezuela em entrevista exclusiva. Entenda a luta pela democracia.
María Corina Machado em manifestação em Caracas em 2024, vencedora do Nobel da Paz. María Corina Machado em manifestação em Caracas em 2024, vencedora do Nobel da Paz.

A líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado, foi agraciada com o Prêmio Nobel da Paz 2025. O anúncio, feito pelo Comitê Norueguês do Nobel em Oslo, destacou seus “esforços persistentes em favor da restauração pacífica da democracia e dos direitos humanos na Venezuela”. Machado, que enfrenta impedimentos para concorrer nas eleições, tem denunciado internacionalmente as violações políticas do governo de Nicolás Maduro.

Em Entrevista exclusiva concedida à apresentadora Andreia Sadi em setembro de 2024, Machado abordou a grave situação política do país, revelando os receios e o compromisso com a população venezuelana.

María Corina Machado em manifestação em Caracas em 2024
María Corina Machado em manifestação em Caracas em 2024.

“Todos temos medo, só de perder a nossa liberdade, também a nossa vida”

Ao discorrer sobre a perseguição política sofrida pelos opositores e pela população contrária ao regime de Maduro, Corina Machado expressou o medo generalizado e reforçou seu compromisso. “Todos temos medo, só de perder a nossa liberdade, também a nossa vida. Mas eu tenho um compromisso assumido com o povo de Venezuela e não os vou abandonar”, afirmou.

A líder opositora detalhou a brutalidade da repressão, mencionando mais de 2.500 presos políticos, crianças acusadas de terrorismo e mulheres detidas, separadas de suas famílias, sem direito à Defesa e submetidas a atos cruéis, incluindo violência sexual. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos chegou a qualificar a situação como prática de terrorismo de Estado.

“Perseguição na Venezuela é brutal”

Durante a Entrevista, a apresentadora Andreia Sadi questionou Machado sobre a perseguição a ela e a Edmundo González, e sobre planos de anistia. Machado não detalhou pedidos específicos, mas enfatizou a severidade da perseguição contra ambos e suas famílias. “O que eu posso dizer, é que o nível de perseguição na Venezuela é brutal, e eles [militares do governo] ameaçaram invadir a casa dele [Edmundo Gonzáles Urrutia]. Nossas famílias estão aqui na Venezuela, de modo que, sim, precisamos que a comunidade internacional, especialmente o governo Lula, eleve suas vozes para que termine a repressão”, declarou.

“Maduro sente que pode matar cidadãos sem pagar por isso”

Machado revelou como o governo Maduro lida com opositores: “Maduro sente que pode mandar prender 500 venezuelanos injustamente, que pode mandar matar 10 cidadãos sem pagar por isso. É preciso fazer com que Maduro saiba que vai ser responsabilizado pelos crimes que ele comete para que pare a repressão e que militares, paramilitares, parem de uma vez, porque vai haver consequências e o mundo está acompanhando os venezuelanos e suas denúncias”. A Luta pela democracia e pelos direitos humanos na Venezuela segue como um foco central para a premiada com o Nobel da Paz.

Fonte: G1

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