O presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou preferência por Jorge Messias, ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), para ocupar a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) que será aberta com a Aposentadoria de Luís Roberto Barroso. Lula confidenciou a aliados que Messias está “maduro” para o cargo, desconsiderando a indicação como mera “aposta”. Apesar de prever pressões, o presidente indicou que não cederá a outras indicações.
Jorge Messias, que é evangélico e considerado homem de confiança de Lula, acompanhou o presidente em viagem recente a Salvador. Na ocasião, ambos tiveram uma conversa reservada cujo tema não foi divulgado. Messias é próximo de figuras importantes como o líder do Governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
No ano passado, Jorge Messias esteve perto de ser indicado para o STF, mas Lula optou por Flávio Dino para a vaga deixada por Rosa Weber, argumentando que Dino possuía um perfil jurídico e político mais alinhado. A escolha para o STF ganha contornos de ainda maior relevância diante da atual crise entre o Palácio do Planalto e o Congresso, período em que o Supremo Tribunal Federal tem sido fundamental para garantir a governabilidade do presidente.
O Papel Crucial do STF na Governabilidade
Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas, ressaltou a importância da decisão: “O Supremo passou a ter uma importância enorme e nós não podemos errar”. Ele descreveu Messias como “uma pessoa talhada para o cargo”, com Confiança do presidente, da base aliada, de juristas progressistas e do meio evangélico.
Com um perfil negociador, o advogado-geral da União possui bom trânsito não só no Planalto, mas também no Congresso e dentro do próprio STF. Messias costuma se autodenominar “terrivelmente pacificador”, em alusão a uma frase de Jair Bolsonaro sobre a escolha de um nome “terrivelmente evangélico” para o STF, que resultou na indicação de André Mendonça.
Pressões e Alternativas para a Vaga
Uma corrente dentro do PT defende a indicação de uma mulher para o Supremo, especialmente após a Aposentadoria de Rosa Weber, que deixou Cármen Lúcia como a única mulher entre os 11 ministros. Contudo, o presidente Lula parece inclinado a manter sua preferência por Messias.
Outro nome cogitado para a vaga de Barroso é o do ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). No entanto, Lula teria o desejo de ver Pacheco concorrer ao governo de Minas Gerais, visando fortalecer o palanque no segundo maior colégio eleitoral do país.
A indicação, qualquer que seja, ainda precisará ser aprovada pelo Senado. Lula promete agilidade na apresentação de seu nome favorito desta vez.
Fonte: Estadão
