A iminente Aposentadoria do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso gerou uma onda de homenagens no plenário da corte. As primeiras manifestações vieram de seus colegas de toga, que destacaram sua contribuição para a democracia e o direito constitucional brasileiro.


Fachin exalta legado de Barroso para a democracia
O presidente do STF, Edson Fachin, ressaltou que a atuação de Barroso na corte deixou uma marca profunda e duradoura na construção do direito constitucional do país. Segundo Fachin, os efeitos do trabalho de Barroso “perdurarão ainda por muitas gerações”.
“Queremos que vossa Excelência saiba que sua contribuição para a democracia brasileira transcende os votos e as decisões. Vossa Excelência ajudou a construir uma cultura constitucional mais sólida, mais consciente, mais comprometida com os direitos fundamentais”, declarou Fachin. Ele acrescentou que a trajetória de Barroso deve continuar inspirando juristas a defender a democracia com coragem e buscar a Justiça com determinação.

Gilmar Mendes minimiza tensões passadas
O ministro Gilmar Mendes também se manifestou sobre a saída de Barroso, um colega com quem teve divergências notórias, incluindo um embate verbal em 2018. Naquela ocasião, Barroso chegou a acusar Mendes de ser “a mistura do mal com o atraso e pitadas de psicopatia”, enquanto Mendes respondeu chamando Barroso de “vergonha” e “desonra” para o tribunal.
“Não guardo mágoas”, afirmou Gilmar Mendes nesta quinta-feira (9). “Um grande abraço, seja feliz”, concluiu, sinalizando um encerramento pacífico de qualquer atrito passado.
Repercussão política e jurídica da aposentadoria
O ministro Flávio Dino lamentou a perda de talento de Barroso no plenário do STF, mas reconheceu que ele continuará sendo uma referência como “um dos mais eruditos, inovadores e produtivos constitucionalistas brasileiros”.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, destacou a importância de Barroso na Defesa da Constituição e da democracia durante seus 12 anos na mais alta corte do país. Gonet ressaltou que, embora o país perca o magistrado, continuará a contar com o jurista “sempre culto, sempre aberto ao diálogo e sempre em busca do justo e do certo”.
O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira, por meio de seu porta-voz, também registrou seu reconhecimento pelo trabalho de Barroso, enfatizando seu equilíbrio na defesa da democracia e desejando sucesso em sua nova jornada. “Farà falta na mais alta Corte do Brasil“, escreveu.

Fonte: Folha de S.Paulo