O ministro Luís Roberto Barroso confirmou nesta quinta-feira, 9, sua antecipação de Aposentadoria do Supremo Tribunal Federal (STF). O anúncio foi feito em pronunciamento no plenário, após a sessão de julgamentos, marcando uma nova fase em sua carreira.
Motivações para a Saída Antecipada
Barroso declarou que sente que é hora de seguir outros rumos, embora ainda não os tenha definidos. “Nem sequer os tenho bem definidos, mas não tenho qualquer apego ao poder e gostaria de viver um pouco mais da vida que me resta sem a exposição pública, as obrigações e as exigências do cargo”, afirmou o ministro com a voz embargada.
Ele ressaltou a importância da integridade, civilidade e empatia acima da ideologia e escolhas políticas, criticando o radicalismo. “Fora desta bancada, continuarei a trabalhar por um tempo de paz e fraternidade. E reitero a integridade, a civilidade e a empatia vêm antes da ideologia e das escolhas políticas. O radicalismo é inimigo da verdade”, completou.
Impacto no Governo Lula e no STF
A decisão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de indicar um novo ministro para o STF abre espaço para sua terceira nomeação para a Corte neste mandato, após Cristiano Zanin e Flávio Dino. A expectativa é que a escolha gere repercussão no cenário político e jurídico.
Barroso, que deixou a presidência do STF em setembro após um mandato de dois anos, já havia expressado publicamente o desejo de antecipar sua Aposentadoria. Ele poderia ter permanecido no Supremo até 2033.
Considerações Familiares e Carga de Trabalho
O ministro também mencionou o impacto da exposição pública na vida de seus familiares. Ele citou o caso de seu filho, Bernardo Van Brussel Barroso, diretor do banco BTG Pactual em Miami, que decidiu não retornar aos EUA devido a restrições de visto impostas durante o governo de Donald Trump. “Os sacrifícios e ônus da função acabam de transferindo aos familiares e pessoas queridas, que sequer têm qualquer responsabilidade pela nossa atuação”, justificou Barroso.
A Aposentadoria de Barroso abre um novo capítulo para o STF e para o governo federal, que terá a oportunidade de moldar a composição da mais alta corte do país.
Fonte: Estadão
