Os Estados Unidos anunciaram a aquisição de pesos argentinos, formalizando um acordo de swap cambial de US$ 20 bilhões com o Banco Central da Argentina. A informação foi divulgada pelo secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, nesta quinta-feira (9).
O swap cambial é um mecanismo que permite a troca temporária de moedas entre países, visando fortalecer as reservas internacionais e promover a estabilidade econômica. Para a Argentina, que enfrenta um cenário de escassez de divisas, essa operação representa um alívio significativo na obtenção de liquidez em moeda estrangeira sem a necessidade de empréstimos convencionais.
Contexto do Apoio Americano à Argentina
A confirmação do acordo ocorreu após uma série de encontros entre autoridades financeiras dos dois países em Washington. Em setembro, durante a Assembleia Geral da ONU, o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, havia se reunido com Javier Milei e expressado elogios ao líder argentino, prometendo apoio ao país sul-americano. Na ocasião, Trump comentou em sua rede social: “Javier Milei reage a ‘presente’ de Trump: um post feito pelo presidente dos EUA na Truth Social, elogiando o líder argentino.”
Mesmo antes do encontro entre os líderes, Scott Bessent já havia sinalizado a disposição da Casa Branca em oferecer suporte robusto à Argentina. Ele antecipou a possibilidade de uma linha de swap de até US$ 20 bilhões. Em uma publicação na plataforma X (anteriormente Twitter) nesta quinta-feira, Bessent reforçou o compromisso dos EUA com a estabilidade argentina.
“O Tesouro dos EUA está preparado, imediatamente, para tomar quaisquer medidas excepcionais que se mostrem necessárias para garantir a estabilidade dos mercados”, declarou Bessent.
A declaração do secretário do Tesouro demonstra a intenção americana em intervir ativamente para assegurar a saúde financeira da Argentina em um momento crucial. Esse tipo de acordo pode ter um impacto positivo na confiança dos investidores e na percepção de risco do país no cenário Internacional.
Impacto do Swap Cambial para a Economia Argentina
A escassez de dólares tem sido um dos principais gargalos da economia argentina, afetando a capacidade do Governo de honrar compromissos internacionais, importar bens essenciais e controlar a inflação. A linha de swap com os Estados Unidos visa aliviar essa pressão, injetando liquidez em dólares e permitindo que o Banco Central argentino utilize esses recursos para estabilizar o câmbio e as reservas internacionais.
Economistas ressaltam que o acordo é um passo importante, mas não a solução definitiva para os problemas estruturais da Argentina. A sustentabilidade da economia argentina dependerá de um conjunto de reformas e da gestão fiscal responsável a longo prazo. A ajuda externa, embora bem-vinda, precisa ser acompanhada de políticas internas eficazes para garantir um crescimento econômico duradouro e a redução da inflação.
A aproximação entre as administrações de Javier Milei e os Estados Unidos, incluindo apoio de figuras políticas como Donald Trump, pode sinalizar uma nova fase nas relações bilaterais, com potencial impacto na dinâmica econômica regional e nas negociações financeiras internacionais.
Fonte: G1