O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a decisão da Câmara dos Deputados de retirar de pauta a Medida Provisória (MP) que previa alternativas à alta do IOF, a qual caducou. Em cerimônia de inauguração da fábrica da montadora chinesa BYD em Camaçari (BA), Lula afirmou que parte do Congresso Nacional votou contra o objetivo do governo de tributar os chamados “super-ricos”.


Tributação de Ricos em Pauta no Congresso
“Ontem foi triste porque uma parte do Congresso Nacional votou contra a taxação que a gente queria fazer dos bilionários deste País, daqueles que ganham muito e pagam pouco”, declarou o presidente. A fala de Lula ressalta o embate entre o Executivo e o Legislativo sobre a política fiscal.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia se pronunciado sobre o tema, indicando que apresentará ao presidente diversas alternativas após a caducidade da MP. Haddad reforçou que a redução dos gastos tributários é uma determinação constitucional, buscando caminhos para viabilizar a medida.

Avanço da Fábrica da BYD e Geração de Empregos
A cerimônia contou com a presença de Lula para a inauguração do complexo da montadora de carros elétricos BYD em Camaçari, Bahia. Segundo a Secretaria de Comunicação Social (Secom), o empreendimento representa um investimento de R$ 5,5 bilhões e tem potencial para gerar 20 mil empregos diretos e indiretos, impulsionando a economia local e nacional.
O presidente Lula reiterou seu compromisso com a Justiça fiscal, afirmando que a tributação sobre os mais ricos será uma “questão de dias”. Ele questionou a diferença na carga tributária entre trabalhadores e grandes fortunas: “Se um trabalhador pode pagar 27,5%, porque um ricaço não pode pagar 18%? Ainda fizemos um acordo para 12% e eles não quiseram pagar.” Lula enfatizou que os mais ricos “vão pagar o imposto que merecem aqui no Brasil, porque o povo trabalhador não vai deixar isso barato”.

Impacto da Decisão no Congresso
A não aprovação da MP representa um revés para a estratégia do Governo em aumentar a arrecadação, especialmente em um cenário de desafios fiscais. A expectativa agora se volta para as novas propostas que serão apresentadas pelo Ministério da Fazenda, que deverão ser cuidadosamente analisadas pelo Congresso Nacional.
A declaração do presidente Lula sinaliza a persistência do governo em promover uma reforma tributária mais progressiva. A articulação política em torno desse tema continua sendo um ponto crucial para a agenda econômica do país, com implicações diretas na distribuição de renda e no equilíbrio das contas públicas.
Fonte: InfoMoney