A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS pode votar a Convocação de José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico e irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão de pautar o requerimento partiu do senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente do colegiado, após o presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), Milton Baptista de Souza Filho, optar pelo silêncio durante seu depoimento.
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Milton Cavalo, como é conhecido, foi alvo de busca e apreensão pela Polícia Federal pela manhã e obteve um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF) que lhe permitia não responder às perguntas. Diante desta situação, o senador Viana argumentou a urgência em convocar Frei Chico, que é vice-presidente do Sindnapi.
Contexto da Decisão: Silêncio e Acordo Político
O presidente da CPI declarou a jornalistas que a votação deve ocorrer na próxima quinta-feira. Viana explicou que, inicialmente, devido a um acordo entre Governo e oposição, os pedidos de convocação de Frei Chico não foram votados. Ele havia condicionado essa votação à descoberta de alguma ligação direta do irmão de Lula com esquemas de fraudes.
No entanto, a mudança de postura do presidente do sindicato, que preferiu não responder aos questionamentos, levou Viana a alterar sua decisão. A oposição ao governo federal buscava, através do depoimento, encontrar conexões de Frei Chico com descontos indevidos em benefícios, visando desgastar a imagem da gestão atual.
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Desafios para a Convocação: Maioria Governamentista
Apesar da pressão da oposição, o governo ainda detém a maioria dos membros da CPMI, o que pode significar que a Convocação de Frei Chico seja barrada. Um exemplo recente ilustra essa dinâmica: a base aliada do Executivo conseguiu impedir a convocação do advogado Paulo Boudens, ex-chefe de gabinete de Davi Alcolumbre (União-AP), por 17 votos a 13.
Paulo Boudens é apontado pela Polícia Federal como uma figura central em uma conta bancária usada por Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, para transações de R$ 3 milhões da empresa Arpar Participações. A capacidade de articulação do governo em barrar convocações pode ser um obstáculo para a oposição na CPI do INSS.
Fonte: Valor Econômico