O Governo federal anunciou uma importante mudança na política de crédito habitacional, elevando o valor máximo dos imóveis financiados pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH) de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões. A medida, parte de uma nova estratégia anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, visa ampliar o Acesso ao financiamento imobiliário, especialmente para a classe média brasileira.
Nova Política Imobiliária e Impacto no Mercado
Esta nova política é vista como uma das principais apostas do governo para impulsionar o Mercado imobiliário e atender às demandas do setor. Com a mudança, 100% da poupança passará a sustentar financiamentos habitacionais, um aumento significativo em relação aos atuais 65% destinados a essa finalidade.
A proposta detalha que 80% dos recursos da poupança e de outros instrumentos financeiros serão direcionados ao SFH, cobrindo imóveis de até R$ 2,25 milhões com juros limitados a 12% ao ano. Os 20% restantes irão para o Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), focado em propriedades de maior valor e taxas de mercado.
Fontes de Financiamento e Transição para Novos Modelos
A principal fonte de funding para o crédito habitacional deixará de depender exclusivamente da poupança. O novo modelo incorporará instrumentos de mercado, como LCIs, LIGs e CRIs. Essa diversificação permitirá que os bancos utilizem parte de seus ganhos em aplicações livres para manter as taxas de juros dos financiamentos habitacionais em patamares mais baixos.
O novo modelo será implementado gradualmente, com fases de transição até o final de 2026, e entrará em plena vigência em janeiro de 2027. Segundo o ministro das Cidades, Jader Filho, a política foi projetada para alcançar famílias de renda intermediária, que não se enquadram no programa Minha Casa, Minha Vida e também não têm Acesso a créditos de alta renda mais caros.
Injeção de Capital e Estímulo ao Crédito
Para estimular o crédito imobiliário, o governo planeja uma liberação imediata de R$ 20 bilhões, com potencial de expansão para R$ 37,5 bilhões. Isso será possível através da redução do depósito compulsório dos bancos de 20% para 15%, aplicável às instituições que aderirem ao novo modelo. Adicionalmente, os bancos poderão utilizar os valores da poupança para outras finalidades por até cinco anos, desde que mantenham as operações de crédito habitacional. Espera-se que os rendimentos de aplicações mais rentáveis contribuam para a redução das taxas de juros dos financiamentos.
Fonte: Estadão