Governadores de oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com ambições de candidatura presidencial em 2026, utilizaram a recente votação da medida provisória (MP) sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que resultou em uma derrota para o governo, como plataforma para unificar o discurso e demonstrar alinhamento entre as forças de oposição. A indefinição sobre um sucessor para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem gerado um cenário de incerteza na direita, mas a convergência nas Críticas ao aumento da carga tributária contribuiu para delinear um “inimigo comum”, segundo aliados dos governadores.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_63b422c2caee4269b8b34177e8876b93/internal_photos/bs/2025/g/w/gD5getQhKHBfX5xQDd9w/foto29pol-201-tarcisio-a16.jpg" alt=""><figcaption></figcaption></figure>)
Contexto Político e Estratégia da Oposição
Nos bastidores, assessores dos potenciais presidenciáveis apontam que a votação abriu um flanco significativo para ataques ao Governo federal, capitalizando na popularidade da bandeira da redução de tributos. A coesão demonstrada na ofensiva contra a MP permitiu uma rearticulação do segmento, que atribui fraturas anteriores à atuação considerada “radicalizada” do deputado federal Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos. Esse movimento busca conter notícias positivas para Lula, que têm se refletido em sua avaliação nas pesquisas.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_63b422c2caee4269b8b34177e8876b93/internal_photos/bs/2025/g/w/gD5getQhKHBfX5xQDd9w/foto29pol-201-tarcisio-a16.jpg)
Articulação e Críticas ao Governo
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, embora tenha negado envolvimento direto na articulação pela derrubada da MP, foi posteriormente citado pelo líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, como peça-chave no convencimento de líderes e partidos. Tarcísio avaliou a derrota governista como um preço pago pela “falta de responsabilidade fiscal” do Planalto. Em resposta a questionamentos sobre seu pronunciamento, Tarcísio afirmou que sua fala não foi “muito bem” compreendida, enquanto Sóstenes esclareceu que a menção a Tarcísio foi um “lapso de Memória” durante um discurso espontâneo.
Pressão e Argumentos dos Governadores
Os governadores Romeu Zema (Novo-MG), Ronaldo Caiado (União-GO) e Ratinho Junior (PSD-PR) exerceram pressão aberta contra a aprovação da MP, recomendando a rejeição por deputados aliados. Além da preocupação com o aumento da carga tributária, a leitura era de que a aprovação da medida reforçaria o caixa do governo, beneficiando diretamente o presidente Lula. Zema destacou nas redes sociais que o brasileiro “não aguenta mais pagar impostos” e classificou a retirada de R$ 17 bilhões do bolso de trabalhadores como “inaceitável”. Um interlocutor do governador mineiro afirmou que os governadores estão “do mesmo lado” e que as definições de alianças ocorrerão posteriormente, ecoando declarações anteriores de Zema sobre o desejo de ver o “Brasil livre da esquerda”.
Impacto e Repercussões
Ronaldo Caiado argumentou que votar a favor da MP do IOF seria um “presente de R$ 30 bilhões para o governo Lula torrar em 2026 com mais medidas populistas e irresponsáveis”, tese rebatida pela ministra Gleisi Hoffmann, que o acusou de “mentalidade tacanha” e afirmou que Tarcísio “atuou para sabotar” a medida. Após a derrota governista, Caiado celebrou a ação como um impedimento a um “assalto” aos “bolsos de quem produz e gera emprego no Brasil“, defendendo que o país necessita de “eficiência no gasto público”, e não de mais tributos. Ratinho Junior compartilhou o sentimento, expressando que o “brasileiro está cansado de pagar tantos tributos para sustentar uma máquina pública inchada e ineficiente” e comparando com a gestão eficiente do Paraná.
Fonte: Valor Econômico