Em setembro, os fundos de renda fixa atraíram R$ 42,9 bilhões, marcando a segunda maior captação do ano. Essa classe de ativos geralmente toma como referência a taxa do CDI, que acompanha a Selic. Atualmente, a Selic encontra-se em 15% ao ano, o maior patamar em duas décadas.
Paralelamente, a Bolsa de Valores brasileira tem operado perto de máximas históricas, um cenário favorável para fundos de investimento focados em ações. Diante do desempenho contrastante entre renda fixa e renda variável, qual caminho escolher? Para quem busca diversificar o portfólio e não perder oportunidades, os fundos de investimento se apresentam como uma alternativa estratégica para exposição a diversos setores da economia.
Fundos de Investimento: Como Funcionam?
Ao investir em um fundo, o cotista adquire cotas que representam uma fração do patrimônio total do fundo. A valorização dessas cotas está diretamente ligada ao desempenho dos ativos que compõem a carteira. A gestão é realizada por profissionais qualificados que tomam decisões de investimento alinhadas à política e aos objetivos definidos no regulamento do fundo. É crucial que investidores compreendam os riscos inerentes a cada tipo de fundo e consultem os materiais técnicos, como regulamento e prospecto, disponíveis nos canais oficiais.
Selection RF Light FIC FIRF CP LP oferece aplicação inicial de R$100, com liquidação de resgate em D2 (dias úteis) e taxa global anual de 0,31% a.a.
SPX Patriot FIC FIA exige aplicação inicial de R$5.000, com resgate em D30 (dias corridos) e taxa global anual de 0,70% a.a.
Wellington Ventura Advisory CI Ações IE RL tem aplicação inicial de R$500, cotização de resgate em D1 (dias corridos) e taxa global anual de 0,80% a.a.
Fundo 24 Horas FIRF RL permite aplicação inicial de R$1.000, com liquidação e cotização de resgate em D0 (dias úteis) e taxa global anual de 0,40% a.a.
Tipos de Fundos e Estratégias de Investimento
Os fundos de investimento são categorizados de acordo com os ativos em que aplicam seus recursos:
- Renda Fixa: Investem em títulos públicos e privados, apresentando diferentes níveis de volatilidade conforme a estratégia adotada.
- Multimercado: Combinam ativos de renda fixa, variável e cambial, proporcionando maior flexibilidade e complexidade.
- Imobiliários (FIIs): Direcionam investimentos para o setor imobiliário, seja em empreendimentos físicos ou em títulos de dívida, oferecendo exposição com liquidez negociada em bolsa.
Visão da XP para Investimentos em Outubro
Um cenário global mais favorável impulsionou a Bolsa brasileira, que apresentou forte desempenho recente, segundo relatório da XP Investimentos. O dólar mais fraco globalmente também auxiliou o real a encerrar setembro em R$ 5,32, dinâmica reforçada pelo diferencial de juros.
“Enquanto os juros nos Estados Unidos voltaram a cair, por aqui eles se mantiveram elevados”, destacam analistas da XP. O Banco Central do Brasil manteve a Selic inalterada em 15,00%, sem sinalizar cortes iminentes, apesar da moderação recente na inflação corrente e na atividade econômica.
Especialistas da XP preveem que o Banco Central só encontrará espaço para cortar a Selic no primeiro trimestre de 2026. Fatores como o Mercado de trabalho aquecido, expectativas de inflação acima da meta e riscos fiscais crescentes, especialmente com a proximidade do ciclo eleitoral, sustentam a cautela da autoridade monetária.
“Em outubro, reduzimos marginalmente a exposição em renda fixa inflação, enquanto aumentamos em igual proporção a exposição em renda fixa prefixada”, informou o relatório da XP. A casa destaca o preço justo estimado de 170 mil pontos para o Ibovespa ao final de 2026, recomenda diversificação entre indexadores além do CDI para melhores retornos ajustados ao risco em renda fixa doméstica, e exposição cautelosa setorial e regional para se beneficiar da rotação na bolsa global.
Vantagens e Riscos dos Fundos de Investimento
Os fundos de investimento oferecem diversas vantagens:
- Diversificação: Ajuda a mitigar riscos através da exposição a uma cesta variada de ativos.
- Gestão Profissional: Decisões de investimento tomadas por especialistas.
- Liquidez: Muitos fundos oferecem facilidade para aplicação e resgate.
- Acessibilidade: Adequados a diferentes perfis de investidores.
- Custos Compartilhados: Taxas diluídas entre os cotistas.
- Transparência: Relatórios periódicos garantem Acesso às informações.
No entanto, é fundamental estar ciente dos riscos:
- Crédito: Risco de inadimplência de emissores de títulos.
- Mercado: Flutuações econômicas que podem impactar rendimentos.
- Liquidez: Dificuldade em negociar certos ativos pode gerar perdas.
É importante notar que os fundos não são cobertos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), o que reforça a necessidade de análise criteriosa.
Custos e Tributação em Fundos
As taxas que incidem sobre os fundos impactam os retornos:
- Administração: Percentual sobre o patrimônio, cobrado para remunerar a gestão.
- Performance: Pagamento adicional aos gestores por resultados que superam o benchmark.
- Saída: Cobrada em resgates antecipados.
- IOF: Aplicado em resgates realizados em menos de 30 dias.
A tributação varia conforme o tipo de fundo e o prazo de investimento.
Fonte: InfoMoney