Milton Baptista de Souza Filho, presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), conhecido como Milton Cavalo, optou pelo silêncio em seu depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) nesta quinta-feira. A decisão ocorreu após uma operação de busca e apreensão da Polícia Federal ter como alvo o sindicato. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino concedeu um habeas corpus ao depoente, permitindo que ele não respondesse às perguntas dos parlamentares.
Operação Policial e Habeas Corpus
A Defesa de Milton Cavalo informou que, embora estivesse preparado para falar, a ação policial desta manhã abalou sua condição psicológica. O sindicato em questão possui ligações com José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O advogado Bruno Borragine explicou que, apesar de Milton ter chegado preparado com respostas, sua casa foi arrombada pela manhã, o que o deixou sem condições de depor.
“Eu só queria me apresentar e dizer para os senhores que a minha instituição, estou na presidência há quase dois anos, está sempre comprometida com a verdade. Foi lá que começou e denunciamos esse tipo de prática de fraudes do INSS“, declarou Milton Cavalo, em uma breve exposição. “Com o que aconteceu hoje não me sinto não confortável para poder estar respondendo a perguntas dos senhores e senhoras.”
Silêncio Estratégico na CPI
Após a declaração inicial, Milton Cavalo passou a se valer do direito ao silêncio a cada questionamento feito pelo relator da CPI, o deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL). A decisão de não responder às perguntas, amparada pelo habeas corpus, gerou reações entre os membros da comissão, que buscavam esclarecimentos sobre as investigações relacionadas ao INSS.
A atuação do Sindnapi e suas conexões com figuras políticas têm sido um ponto de atenção para a CPI, que investiga supostas irregularidades no órgão previdenciário. A operação da PF e a subsequente decisão de silêncio levantam novas questões sobre o andamento das apurações e os desdobramentos futuros do caso.
Fonte: Estadão