A primeira conferência climática da ONU em solo amazônico, a COP30, marca também a celebração de uma década do Acordo de Paris. Firmado em 2015, o tratado Internacional entre 195 países estabeleceu um novo pacto global com o objetivo principal de limitar o aquecimento médio a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. O acordo impulsionou uma mudança de atitude em governos, empresas e sociedade civil, fomentando a Agenda de Ação climática.


Avanços Pós-Acordo de Paris
Desde o Acordo de Paris, os países têm apresentado NDCs (contribuições nacionalmente determinadas) mais ambiciosas. A neutralidade climática tornou-se uma norma corporativa, influenciando estratégias e investimentos. A campanha Race to Zero, da ONU, já soma mais de 15 mil membros globais, evidenciando o crescente engajamento do setor privado.
Impulso Econômico e Transição Energética
A transição energética registrou investimentos recordes de US$ 2,1 trilhão em 2024. Energias renováveis como eólica e solar se tornaram mais acessíveis, impulsionadas por aquisições corporativas. Os veículos elétricos já representam mais de 20% das vendas globais de carros novos, com expansão de infraestrutura de recarga e cadeias de suprimento de baterias. O desafio agora é garantir minerais essenciais e expandir mercados.
Percepção de Risco Climático e Financiamento
Mercados globais reconhecem cada vez mais os riscos climáticos como financeiros. Iniciativas como a TFCD auxiliam empresas, investidores e instituições financeiras a medir e reportar esses riscos. A captação de capital privado para a transição para uma economia de baixo carbono é um dos pontos centrais da COP30, que busca mobilizar os US$ 1,3 trilhão necessários.
Mobilização para a COP30: O Mutirão Global
A proximidade da conferência em Belém intensifica a mobilização do setor privado. A COP30 é vista como a COP da implementação, com decisões que repercutirão nos próximos anos. Lideranças de 50 grandes empresas globais participaram de uma reunião preparatória durante a Semana do Clima de Nova York, reforçando o chamado “Power On” para intensificar os esforços climáticos.
Inspirado pelo espírito da Rio 92 e pelo Acordo de Paris, a Presidência da COP30 lançou um mutirão global. Este movimento convida nações e atores não governamentais a acelerarem a transição para um modelo econômico de baixo carbono, próspero e inclusivo. As discussões focam nas alavancas da descarbonização, escalabilidade de soluções, adaptação a realidades diversas e mecanismos de financiamento e implementação eficazes, moldando o futuro do planeta.
Fonte: Estadão