O Ibovespa operou em alta nesta quinta-feira (9), impulsionado por um IPCA considerado benigno e pela derrubada de uma Medida Provisória (MP) no Congresso, que impactou as contas públicas. Apesar da alta da bolsa, o dólar comercial ampliou seus ganhos, enquanto os juros futuros recuaram.




Inflação ‘benigna’ e derrota do governo no Congresso
A divulgação do IPCA de setembro, que apresentou uma alta de 0,48%, abaixo das expectativas de mercado, trouxe um alívio para as preocupações com a aceleração dos núcleos de inflação. No entanto, a XP avalia que a inflação corrente permanece elevada, exigindo juros altos por mais tempo. A principal notícia do dia no cenário político foi a derrota do Governo na Câmara dos Deputados com a perda de validade da MP 1303, que tratava da taxação de aplicações financeiras. Essa decisão representa um revés para o ajuste fiscal do Executivo e levanta questionamentos sobre o cumprimento das metas fiscais para o próximo ano.
Repercussão nos mercados
Diante do cenário de incertezas fiscais, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que apresentará alternativas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para compensar a perda de arrecadação. Analistas apontam que o governo pode buscar outras fontes de Receita ou promover cortes de gastos. O diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton José David, sinalizou que a instituição não hesitará em subir a taxa Selic novamente, caso haja alteração no curso da inflação, mas reiterou a manutenção da taxa básica em um período prolongado. As taxas de juros do Tesouro Direto apresentaram queda generalizada após a divulgação do IPCA e a derrubada da MP.
Cenário internacional e corporativo
No exterior, os mercados de Nova York abriram mistos, com investidores aguardando falas do chair do Federal Reserve, Jerome Powell. A cautela também se estende às situações políticas na França e no Japão. No campo corporativo, Petrobras operou em leve queda, enquanto Vale (VALE3) ampliou seus ganhos. Ações de bancos e varejistas apresentaram desempenho misto. A construtora Tenda (TEND3) registrou queda nas vendas líquidas no terceiro trimestre.
Fonte: InfoMoney