Renda no Brasil: R$ 1.638 é a média domiciliar; veja disparidades

Descubra a discrepância na renda domiciliar per capita no Brasil em 2022: R$ 1.638 de média, com cidades mineiras a R$ 4.300 e roraimenses a R$ 289. Veja detalhes.
renda domiciliar per capita no Brasil — foto ilustrativa renda domiciliar per capita no Brasil — foto ilustrativa

A renda mensal domiciliar per capita no Brasil em 2022 foi de R$ 1.638. Este valor considera todas as fontes de renda, incluindo trabalho, aposentadorias, pensões e benefícios sociais. No entanto, os dados do Censo Demográfico 2022 do IBGE revelam uma profunda desigualdade no país.

Enquanto Nova Lima, em Minas Gerais, lidera o ranking com R$ 4.300 por pessoa por mês, Uiramutã, em Roraima, registra apenas R$ 289 mensais, uma diferença de 15 vezes. O dia a dia em Uiramutã é de R$ 9,63 por pessoa.

Cidades com Menor Renda Per Capita

Os municípios com as menores rendas per capita, segundo o IBGE, incluem:

  • Bagre (PA), com R$ 359;
  • Manari (PE), R$ 359;
  • Belágua (MA), R$ 388;
  • Cachoeira Grande (MA), R$ 389;
  • São Paulo de Olivença (AM), R$ 397;
  • Primeira Cruz (MA), R$ 413;
  • Humberto de Campos (MA), R$ 416;
  • Marajá do Sena (MA), R$ 426;
  • Tonantins (AM), R$ 432.

Cidades com Maior Renda Per Capita

Em contraste, as cidades com as maiores rendas per capita são:

  • São Caetano do Sul (SP), R$ 3.885;
  • Florianópolis (SC), R$ 3.636;
  • Balneário Camboriú (SC), R$ 3.584;
  • Niterói (RJ), R$ 3.577;
  • Santana de Parnaíba (SP), R$ 3.465;
  • Marema (SC), R$ 3.440;
  • Vitória (ES), R$ 3.352;
  • Petrolândia (SC), R$ 3.308;
  • Tunápolis (SC), R$ 3.288.

A concentração geográfica da renda é notável: os dez municípios com maiores rendimentos estão nas regiões Sudeste e Sul, enquanto os dez com menores rendimentos se concentram no Norte e Nordeste. O Maranhão registrou a menor renda per capita estadual (R$ 900), e o Distrito Federal, a maior (R$ 2.999).

A desigualdade racial também se manifesta na renda: brancos (R$ 2.207) e amarelos (R$ 3.520) ganham o dobro ou o triplo de pretos (R$ 1.198) e pardos (R$ 1.190). Indígenas recebem ainda menos, R$ 669.

Um terço da população (31,8%) vivia com até meio salário mínimo (R$ 1.212 em 2022). A proporção de brasileiros com renda de até um quarto do salário mínimo chegou a 13,3%, mais alta nas regiões Norte (23,3%) e Nordeste (22,4%). O Índice de Gini, que mede a desigualdade, foi de 0,542 para o Brasil, com índices mais altos no Norte (0,545) e Nordeste (0,541), e menor no Sul (0,476).

Renda Média do Trabalho Aponta Grandes Disparidades

Em relação à renda média do trabalho, Nova Lima (MG) também lidera, com R$ 6.929 mensais. O segundo lugar é de São Caetano do Sul (SP), com R$ 6.167. As cidades com as maiores rendas de trabalho também se concentram no Sudeste e Sul.

No outro extremo, os dez municípios com menores rendimentos do trabalho estão no Nordeste. Trabalhadores de Cachoeira Grande (MA) recebem em média R$ 759, sendo o menor valor do país. Outras cidades com baixa renda de trabalho incluem:

  • Caraúbas do Piauí (PI), R$ 788;
  • Mulungu do Morro (BA), R$ 805;
  • Bacurituba (MA), R$ 811;
  • São João do Arraial (PI), R$ 820;
  • Betânia do Piauí (PI), R$ 828;
  • São José do Piauí (PI), R$ 833;
  • Salitre (CE), R$ 851;
  • Tomar do Geru (SE), R$ 876;
  • Cedral (MA), R$ 878.

Essa disparidade significa que um trabalhador de Nova Lima ganha 813% a mais que um de Cachoeira Grande. A média nacional de renda do trabalho foi de R$ 2.851. Em 520 cidades, o rendimento era inferior ao salário mínimo.

Fontes de Renda e a Participação do Trabalho

Em 2022, 75,5% da renda domiciliar total brasileira provinha do trabalho. Os 24,5% restantes vieram de outras fontes, como aposentadorias e programas sociais. A participação do trabalho na renda familiar é menor no Nordeste (67,9%) e maior no Centro-Oeste (80,6%).

Municípios com maior participação do trabalho na renda domiciliar concentram-se no Centro-Oeste, com destaque para cidades do Mato Grosso como Querência (93,7%) e Sapezal (93,5%). Em contrapartida, cidades do Nordeste e Piauí registraram as menores participações, como Vera Mendes (PI) com 23,0% e Jurema (PI) com 24,8%.

Fonte: Estadão

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