Censo: Mulheres Dominam Serviço Doméstico e São Minoria na Construção

Censo revela que mulheres são 93,1% no serviço doméstico e só 3,6% na construção. Disparidade salarial é gritante em diversos setores.
mulheres no mercado de trabalho — foto ilustrativa mulheres no mercado de trabalho — foto ilustrativa

Dados recentes do Censo Demográfico, divulgados pelo IBGE, revelam um panorama desigual no Mercado de trabalho brasileiro. As mulheres representam uma esmagadora maioria, 93,1%, no setor de serviços domésticos, ao passo que sua presença na construção civil mal atinge 3,6%. Essa disparidade se reflete também nos rendimentos, com menores salários predominando nas áreas de maior concentração feminina.

Serviços Domésticos: Maioria Feminina com Menor Remuneração

Em julho de 2022, o Brasil contava com 3,7 milhões de trabalhadores de serviços domésticos, 4,2% da população ocupada com mais de 14 anos. Deste total, 3,5 milhões eram mulheres. Apesar de dominarem a força de trabalho neste setor, a renda média feminina era de R$ 1.047, cerca de R$ 180 a menos que a masculina. O rendimento médio geral na atividade foi de R$ 1.059, valores que não foram corrigidos pela inflação.

Gráfico mostrando a disparidade de gênero no mercado de trabalho, com foco em serviços domésticos e construção.
Mulheres são maioria em serviços domésticos, mas ganham menos.

Construção Civil: Menor Presença Feminina e Salários Mais Altos

Em contraste, a construção civil apresentou a menor participação feminina, apenas 3,6%, mas onde as mulheres que atuam neste setor recebem significativamente mais. O trabalhador médio na construção ganhava R$ 2.119, enquanto a renda feminina média atingia R$ 3.326. Em 2022, o setor empregava 6,9 milhões de pessoas, e apenas 2,5 milhões eram mulheres. A decisão do Governo de investir em infraestrutura pode impulsionar a criação de vagas neste setor, mas a inclusão feminina ainda é um desafio.

Outros Setores e Disparidades Salariais

Outras atividades com menor presença feminina, mas com rendimento superior ao masculino, incluem as indústrias extrativas (14% de mulheres com R$ 5.161 de média) e o segmento de transporte, armazenagem e correio (9,3% de mulheres com R$ 2.597). Já as atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados, apesar de terem 52% de mulheres, apresentaram a maior disparidade salarial: homens ganhavam em média R$ 7.763, contra R$ 4.596 das mulheres.

As atividades de saúde e serviços sociais, segunda com maior concentração feminina (77%), também mostram discrepância: média masculina de R$ 6.627 contra R$ 3.512 das mulheres. No comércio, onde 43,5% da mão de obra são mulheres, a renda média era de R$ 2.056 contra R$ 2.774 dos homens.

Metodologia do Censo e Mudanças em Relação a 2010

O IBGE ressalta que não há dados comparáveis diretos do Censo de 2010 devido a mudanças metodológicas. Conceitos como definição de pessoas ocupadas e a análise do mercado de trabalho foram atualizados para seguir recomendações internacionais, focando agora em pessoas ocupadas de 14 anos ou mais.

Fonte: Folha de S.Paulo

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