O Banco do Japão deve agir com cautela ao decidir sobre novos aumentos na taxa de juros, devido à fragilidade econômica atual, segundo Etsuro Honda, assessor econômico próximo a Sanae Takaichi, provável próxima primeira-ministra do país.
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“O Japão está em um estágio delicado, onde a mentalidade deflacionária de longa data está gradualmente dando lugar a uma perspectiva inflacionária mais positiva”, afirmou Honda em Entrevista à Reuters.
Honda destacou o recente aumento nos mercados de ações japoneses, impulsionado pelo otimismo em relação às políticas de estímulo econômico que Takaichi pode promover. Ele acredita que a eleição dela como nova líder do partido governista gerou um impulso positivo.
“Espero sinceramente que eles (o Banco do Japão) não aumentem os juros agora”, declarou o assessor, embora tenha ressaltado que as decisões de política monetária são de responsabilidade do banco central.
“Há uma sensação crescente de que pode estar se aproximando o momento em que outro aumento de juros poderia ser tolerado”, acrescentou. “Ainda não está claro se isso ocorrerá em dezembro ou janeiro. No mínimo, Takaichi parece estar adotando uma postura cautelosa.”
Honda, um ex-assessor especial do gabinete, foi um dos arquitetos das políticas de estímulo “Abenomics”, implementadas em 2013 pelo ex-primeiro-ministro Shinzo Abe. Essa estratégia combinava afrouxamento monetário, política fiscal flexível e reformas, ajudando a economia japonesa a sair de mais de uma década de deflação, mas elevando a dívida pública.
A escolha de Takaichi, uma defensora do Abenomics, como chefe do partido governista a posiciona para se tornar a primeira-ministra do Japão. Essa nomeação impulsionou as ações e enfraqueceu o iene, com investidores ponderando as perspectivas de mais estímulos contra o aumento da dívida e a pressão sobre o banco central para adiar novos aumentos nas taxas.
Apesar de um aperto monetário mais lento poder enfraquecer ainda mais o iene, acelerando a inflação e impactando o consumo, Honda considera que um declínio moderado da moeda é benéfico para a economia em fase de recuperação.
“Como as expectativas de inflação permanecem moderadas, uma desvalorização acentuada além de 155 ienes em relação ao dólar é improvável”, previu.
A moeda japonesa atingiu 153 ienes por dólar nesta quinta-feira, patamar não visto desde fevereiro, e acumula queda de mais de 3,8% na semana.
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Fonte: Valor Econômico