Partidos do Centrão avaliam uma estratégia conjunta para rejeitar a Medida Provisória (MP) que altera o IOF e eleva impostos sobre investimentos. A articulação ganhou força após declarações de Ciro Nogueira, presidente do PP, que indicou a possibilidade de barrar a MP dentro de sua legenda.


Pressão do Centrão contra MP do IOF
A articulação para rejeitar a MP em bloco visa evitar o aumento da carga tributária. O movimento é visto como uma resposta à percepção de Falta de controle dos gastos públicos pelo governo. Segundo parlamentares, partidos como Republicanos e PL também consideram a mesma tática, somando forças significativas na Câmara dos Deputados. Para a aprovação da MP, são necessários 257 votos, e a medida tem prazo de expiração nesta quarta-feira. A votação em comissão mista já foi apertada, com 13 votos a favor e 12 contra.
Ciro Nogueira declarou explicitamente a oposição do PP à medida: “O nosso partido é totalmente contrário a qualquer aumento de carga tributária, principalmente com esse viés aí que não tem nenhum benefício para a população, a não ser ressaltar ainda mais a falta de cuidado com as contas públicas e controle dos gastos no Brasil“. Ele contrastou a MP atual com uma proposta anterior de aumento de isenção, que considerou ter benefício para a população.

Desafios para o Governo e Orçamento
No Governo, a apreensão com a possível derrota da MP é palpável. Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e líderes partidários reconhecem a dificuldade do cenário. A versão modificada do texto pelo relator, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), não resolve a questão política. Há relatos de que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, estaria atuando para angariar votos contra a MP, o que ele nega.
As receitas estimadas na MP são cruciais para as metas orçamentárias de 2025 e 2026. A expectativa de arrecadação para este ano é de cerca de R$ 10 bilhões, e para o próximo, R$ 17 bilhões com as alterações. Caso a MP não prospere, o governo pode precisar recorrer a cortes de gastos, o que poderia impactar cerca de R$ 2,5 bilhões em emendas parlamentares se R$ 10 bilhões fossem contingenciados.

Repercussão Política e Alternativas
O cenário de impasse entre o Executivo e parte do Legislativo reflete tensões políticas recorrentes. A tentativa de aumentar a arrecadação via MP do IOF se choca com a resistência de blocos parlamentares que buscam maior controle fiscal e sentem a pressão de setores da economia. A articulação do Centrão em bloco sugere uma postura de negociação mais robusta diante das propostas governamentais. A possível rejeição da MP pode forçar o governo a rever suas projeções de Receita ou a buscar alternativas de corte de despesas, o que também pode gerar insatisfação entre aliados e setores da sociedade.
Fonte: InfoMoney