Por que a Inflação Persiste? Preços de Alimentos Recuam, Mas Desafios Continuam

Inflação persiste apesar do recuo nos preços de alimentos. Entenda os desafios e projeções para a economia brasileira com o mercado de trabalho aquecido.
inflação resiste — foto ilustrativa inflação resiste — foto ilustrativa

Apesar de uma leve desaceleração no custo da alimentação em agosto e setembro, a inflação ao consumidor, medida pelo IPCA, segue acima da meta estabelecida pelo Banco Central. Embora as projeções tenham recuado ao longo do ano, o cenário futuro ainda aponta para desafios na contenção de preços, especialmente com o Mercado de trabalho aquecido.

No varejo, a alimentação acumulou altas de 4,04% no ano e de 4,7% em 12 meses, conforme dados do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) da FGV. Esse recuo nos custos, no entanto, ocorre em um contexto onde o desemprego atingiu o menor patamar da série histórica, 5,6% no trimestre junho-agosto. Essa recuperação no mercado de trabalho tem permitido que as famílias enfrentem com mais resiliência os gastos essenciais.

Projeções de Inflação e Cenário Econômico

Apesar da melhora pontual, o mercado financeiro projeta para o próximo ano uma inflação de 4,28%. Este valor está ligeiramente abaixo do teto oficial de 4,50%, mas ainda consideravelmente superior ao centro da meta de 3%. Se o crescimento econômico desacelerar, como apontam as projeções do setor, os consumidores poderão enfrentar um cenário de alta de preços persistente, aliado a uma menor expansão dos negócios e do emprego.

O ano de 2026, com eleições importantes se aproximando, adiciona uma camada extra de preocupação para o Governo em relação à evolução dos preços e à estabilidade econômica.

Impacto da Produção Agrícola e Mercado Internacional

A trajetória futura da inflação dependerá significativamente da safra agrícola 2025-2026 e das condições do mercado internacional de produtos agropecuários. Projeções da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), ligada ao Ministério da Agricultura, indicam um Recorde na produção de grãos, alcançando 353,8 milhões de toneladas. Contudo, este volume representa um aumento modesto de apenas 1% em relação ao período anterior.

A soja deverá liderar a produção, com estimativas de 177,7 milhões de toneladas. O milho deve registrar uma produção ligeiramente menor que no ano anterior, com 138,3 milhões de toneladas. As colheitas de arroz (11,5 milhões de toneladas) e feijão (3,1 milhões de toneladas) são projetadas como suficientes para a demanda nacional, segundo avaliações oficiais.

Desafios no Abastecimento e Pressões de Preços

Além dos grãos, o abastecimento do país dependerá da oferta de outros produtos básicos essenciais, como leite, derivados, mandioca, hortaliças e café. O café, em particular, tem apresentado fortes altas de preços neste ano, impactando o consumo de famílias de renda baixa e média-baixa.

Diante de perspectivas inflacionárias que ainda demandam atenção, os brasileiros podem intensificar a cobrança por medidas governamentais que controlem os gastos públicos, a fim de evitar novas pressões sobre os preços. A gestão desses gastos torna-se um desafio ainda maior em virtude da proximidade de importantes eventos eleitorais.

Fonte: Estadão

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