A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, denunciou nesta quarta-feira (8) que determinados setores estão articulando contra a aprovação da Medida Provisória (MP) 1303, que trata da cobrança de imposto sobre super-ricos e visa garantir recursos essenciais para programas sociais em 2026. Hoffmann destacou que a não aprovação da MP seria uma “derrota para o Brasil” e não apenas para o governo, enfatizando o interesse público sobre o de “setores privilegiados”.
Oposição e Benefícios Eleitorais
Em publicação na rede social X, Gleisi Hoffmann afirmou que os opositores à MP calculam obter “benefícios eleitorais” com uma eventual derrota do governo. “É o interesse público, e não o de setores privilegiados, que deve prevalecer nessa importante votação”, declarou a ministra, ressaltando a importância da matéria para o Orçamento do próximo ano.
Reunião Estratégica com Lula
Gleisi Hoffmann participou de uma reunião convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto para definir uma estratégia para a votação da MP. A medida, que assegura pelo menos R$ 17 bilhões em receitas para a União em 2026, tem prazo de validade expirando hoje. Na reunião, além de Lula e Hoffmann, estiveram presentes o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e líderes do Governo no Congresso: Randolfe Rodrigues (PT-AP) no Senado, José Guimarães (PT-CE) na Câmara e Jaques Wagner (PT-BA) no Senado. A intervenção direta de Lula ocorreu após crescer nos bastidores a preocupação com uma possível derrota na votação.
Fontes indicam que a disputa em torno da MP teria extrapolado o debate Técnico, passando a refletir o envolvimento de pré-candidatos à Presidência que veem na aprovação da proposta um obstáculo para suas estratégias fiscais em 2026, ano eleitoral. A intenção seria impor uma derrota ao governo e dificultar a gestão fiscal. A MP, mesmo após alterações, garante receitas significativas, e sua rejeição criaria um “buraco” no Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) de 2026, que prevê um superávit primário de R$ 34,3 bilhões (0,25% do PIB).
A votação da MP é crucial para o cumprimento das metas fiscais e a manutenção de programas sociais, tornando a articulação política em torno da matéria um ponto central para o governo neste momento.
Fonte: Valor Econômico