Lehman Brothers: Fim da falência após 17 anos e recuperação recorde

Após 17 anos, a liquidação da unidade londrina do Lehman Brothers se completa com recuperação de US$ 37,5 bilhões, um marco inédito.
falência do Lehman Brothers — foto ilustrativa falência do Lehman Brothers — foto ilustrativa

Dezessete anos após o colapso do banco de investimento americano, a unidade londrina do Lehman Brothers International Europe (LBIE) está prestes a concluir seu processo de liquidação. Um juiz britânico determinou na quarta-feira que a recuperação judicial pode ser finalizada, após todos os credores serem integralmente satisfeitos.

O desfecho marca o fim de um capítulo iniciado com a falência da matriz em 15 de setembro de 2008, evento que prenunciou a crise financeira global. O processo de encerramento da LBIE, iniciado logo após o Colapso americano, resultou em uma recuperação judicial “notavelmente bem-sucedida”, segundo o Juiz Robert Hildyard.

Recuperação Recorde e Custos Elevados

Os administradores da PricewaterhouseCoopers (PwC) conseguiram recuperar cerca de £ 28 bilhões (equivalente a US$ 37,5 bilhões) da unidade Internacional. Essa cifra é significativamente maior do que o inicialmente previsto, permitindo que a maioria dos credores da LBIE, apelidada de “Libby”, seja paga integralmente, incluindo juros legais de 8% conforme as regras do Reino Unido.

No entanto, o trabalho para “limpar o cadáver” do Lehman Brothers manteve uma legião de contadores, advogados e fundos de hedge ocupados por quase duas décadas. A PwC recebeu £ 1 bilhão por seus serviços, enquanto outros £ 489 milhões foram gastos em custas judiciais desde 2008, conforme o último relatório de progresso.

Complexidade e Disputas Judiciais

A complexidade do caso se reflete na declaração do advogado da LBIE, Ryan Perkins, de que é uma “situação bastante singular” para uma empresa em Recuperação Judicial ter ativos excedentes, indicando que os administradores “não têm mais nada a fazer”.

Diversos investidores oportunistas, como Elliott Management, AB Carval Investors LP e Davidson Kempner Capital, adquiriram dívidas da LBIE com grandes descontos após seu colapso. A abundância de fundos recuperados gerou uma série de ações judiciais entre esses credores para determinar a ordem de reembolso, em casos conhecidos como “Waterfall”. Em 2023, disputas como a entre o Deutsche Bank AG e a matriz americana do Lehman Brothers continuaram em andamento.

Os administradores também buscaram aumentar os ativos por meio de processos judiciais. Há cerca de dois anos e meio, o LBIE perdeu uma sentença em Nova York contra a seguradora Assured Guaranty, que contestava uma dívida de US$ 500 milhões.

Fonte: Valor Econômico

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